Dentre os documentos apresentados pela Polícia Federal (PF) na ação que resultou na operação de busca e apreensão na casa do deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), está um dossiê elaborado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no período em que foi presidida pelo parlamentar, que tenta encontrar um vínculo entre os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao grupo armado Primeiro Comando Capital (PCC).
A Abin foi alvo de operações da PF em 2023 para apurar suspeitas de rastreio ilegal dos celulares de milhares de rivais do governo Bolsonaro durante o período em que foi presidida por Ramagem. Na decisão que autorizou a busca e apreensão desta segunda-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes citou um dos documentos obtidos nas operações anteriores, denominado “Prévia Nini.docx”.
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“Neste documento, identificou-se anotações cujo conteúdo remete à tentativa de associar Deputados Federais, bem como Exmo. Ministro Relator Alexandre de Moraes e outros parlamentares à organização criminosa PCC. Não somente o ministro relator, mas também com o Exmo. Ministro Gilmar Mendes houve a tentativa de vinculação com organização criminosa”, descreve Moraes.
No entendimento do ministro, a elaboração do dossiê “pode ter sido reação em razão das ações realizadas no cumprimento de seu mister constitucional”. Os dois ministros em questão foram alvos constantes de ataque por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro ao longo de seu mandato, prática que se intensificou após a abertura de inquéritos contra seus aliados.
O relator ressalta que o teor do documento demonstra “o desvio da finalidade das operações de inteligência do campo técnico para o campo político servindo para interesse não republicano, diverso da produção de inteligência de Estado”, corroborando para as suspeitas contra Ramagem. A PF, em seu parecer, ainda chamou atenção para o “elevado grau de volatilidade” das supostas provas contidas.
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