Imóveis do senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), foram alvo de mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (27). A Polícia Federal cumpriu as ações em dois endereços ligados ao senador no Piauí, autorizadas pelo ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa do senador afirma que a operação a 10 dias da eleição “é uma verdadeira intromissão do Poder Judiciário no processo eleitoral” (veja íntegra da nota abaixo).
O senador, que tenta se reeleger, é investigado por corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa praticados por empresários de uma grande empreiteira, políticos e doleiros. Ele é alvo de cinco investigações no Supremo.
De acordo com a PF, as investigações começaram com acordos de colaboração premiada firmados por executivos da Odebrecht com a Procuradoria-Geral da República. Os delatores afirmaram às autoridades que Ciro Nogueira se beneficiou financeiramente com desvios de valores de obras públicas concedidas à empresa.
A defesa do senador afirma que a operação autorizada tem base em uma delação antiga e que, “determinada a 10 dias das eleições é uma verdadeira intromissão do Poder Judiciário no processo eleitoral”. Os advogados do senador afirmam ainda que não se preocupa com o que foi apreendido, “mas denuncia o uso eleitoral que certamente se fará desta decisão judicial inoportuna, inadequada e desmedida neste momento”.
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Leia a íntegra da nota da defesa do senador:
“O Senador Ciro Nogueira foi citado nas delações da UTC e da Odebrecht. A delação da UTC deu ensejo a uma denúncia feita pela PGR que foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal. Nela o Supremo desconsiderou o valor probatório mínimo da delação e sequer permitiu a abertura do processo penal contra o Senador. A outra delação, da Odebrecht, fez com que fosse aberto o Inquérito 4407 no Supremo. Esta delação, bastante conhecida, é antiga. O Inquérito está aberto no Supremo Tribunal há 18 meses. A Defesa indaga o porquê de ser determinada busca e apreensão contra o PP há 10 dias das eleições? Obviamente não havia necessidade e urgência para esta medida neste momento. Embora o Senador não seja alvo da medida de busca o prejuízo eleitoral é evidente. Mais uma vez enfrentamos a criminalização da política, com o agravante que agora estamos em pleno processo eleitoral. Uma busca baseada em uma delação antiga, dentro de um inquérito aberto há tanto tempo e determinada a 10 dias das eleições é uma verdadeira intromissão do Poder Judiciário no processo eleitoral. A Defesa não se preocupa em absoluto com o que foi apreendido, mas denuncia o uso eleitoral que certamente se fará desta decisão judicial inoportuna, inadequada e desmedida neste momento. A criminalização da política tem que ser enfrentada em nome da normalidade democrática”
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