A bancada do Psol na Câmara entrou com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (24). O partido pede a apuração pela Procuradoria-Geral da República (PGR) do ataque feito pelo presidente contra repórter do jornal O Globo no domingo (23).
Segundo o documento do Psol, assinado pelos 11 deputados federais do partido, Bolsonaro feriu ao princípio da liberdade de imprensa e cometeu os crimes de constrangimento ilegal e ameaça. Os crimes estão previstos nos artigos 146 e 147 do Código Penal, respectivamente.
A deputada Sâmia Bonfim (SP), líder do partido na Câmara, e o deputado Marcelo Freixo (RJ) publicaram nas suas redes sociais que estão coletando assinaturas para instaurar um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os depósitos feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, na conta bancária da primeira-dama.
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A bancada do @psolnacamara vai apresentar uma notícia-crime contra Jair Bolsonaro no STF por conta da ameaça ao jornalista que questionou o presidente sobre os depósitos de Fabrício Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro. Também queremos uma CPI para investigar o caso. pic.twitter.com/OTE5iko293
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) August 24, 2020
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Nós, do @psolnacamara, estamos coletando assinaturas para instalar uma CPI para investigar os depósitos de Queiroz na conta de Michelle, esposa de Bolsonaro. Os esquemas da família Bolsonaro precisam ser apurados!
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) August 24, 2020
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Fabrício Queiroz é investigado pelo esquema de “rachadinha” no gabinete do filho mais velho do presidente, à época em que Flávio ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
No episódio deste final de semana, o repórter do jornal O Globo questionou o presidente porque a sua esposa teria recebido cheques pagos por Queiroz no valor de R$ 89 mil, fruto do esquema de “rachadinha”. Bolsonaro ameaçou o profissional ao afirmar “vontade que tenho é encher a sua boca de porrada”.
A Federação Nacional dos Jornalistas apontou que somente no primeiro semestre do ano, o presidente atacou 245 vezes jornalistas e veículos de mídia. Isso significa 10 ataques por semana contra os profissionais de imprensa.
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