A Polícia Federal (PF) vai abrir uma investigação para apurar os motivos que levaram Jair Bolsonaro a se refugiar por dois dias na Embaixada da Hungria no Brasil em 12 a 14 de fevereiro. A presença do ex-presidente foi registrada pelas câmeras de segurança do local e as imagens foram divulgadas por reportagem do New York Times publicada nesta segunda-feira (25).
A investigação soma-se a uma série de outras nas quais Bolsonaro já é alvo da PF.
Quatro dias antes de se refugiar, em 8 de fevereiro, a Polícia Federal tinha deflagrado a Operação Tempus Veritatis, que apura uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção no poder do então presidente.
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Em nota, os advogados de Bolsonaro confirmaram que o ex-presidente passou dois dias refugiado na Embaixada, o que, segundo eles, foi feito para “manter contatos com autoridades do país amigo”. Segundo as imagens obtidas pela reportagem de Jack Nicas, Christoph Koettl, Leonardo Coelho e , o ex-chefe do Executivo esteve acompanhado por dois seguranças e encontrou-se com o embaixador húngaro, Miklós Halmai, e membros da equipe.
O fato de estar na Embaixada permitiria que Bolsonaro não fosse preso no âmbito da investigação, uma vez que se trata de um território estrangeiro, onde as leis nacionais não o atingiram. A defesa nega que Bolsonaro tenha estado no local para fugir de uma eventual possibilidade de prisão.
“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações”, diz a nota divulgada pela defesa de Bolsonaro. “Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”.
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