O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, rejeitou abrir investigação contra o presidente Jair Bolsonaro por conta de cheques enviados à primeira-dama Michelle Bolsonaro, no montante de R$ 89 mil. Segundo o chefe do Ministério Público, não haveria elementos de crime do presidente da República no caso.
Segundo a revista Veja, em manifestação encaminhada ao relator no Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, o PGR disse que o fato de o ex-policial Fabrício Queiroz ter encaminhado os cheques à conta da primeira-dama não permite dizer que o seu marido tenha cometido crimes. “Inexiste notícia, porém, de que tenham surgido, durante a investigação que precedeu a ação penal em curso, indícios do cometimento de infrações penais pelo presidente da República”, escreveu.
As denúncias foram primeiro reveladas em 2020, pela revista Crusoé, que recebeu os resultados da quebra de sigilo fiscal de Fabrício Queiroz, que foi assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), quando este ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro. Queiroz encaminhava cheques mensalmente à conta de Michelle.
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À época, Jair Bolsonaro confirmou que Michelle recebeu os cheques de seu amigo, mas negou qualquer ilícito nas operações. “Aqueles cheques em torno de dez anos foram para mim, não foram para ela. Divide aí R$ 89 mil por dez anos, dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus”, disse Bolsonaro, em dezembro do ano passado.”O Queiroz também pagava contas minhas. Era de confiança.”
Em sua manifestação, Aras recordou que “as espúrias ligações” entre Flávio e Queiroz estão sendo analisadas na primeira instância, mas recusou a investigação contra o presidente por conta dos cheques à Michelle.
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