Empresários que compartilharam mensagens em defesa de um golpe de Estado caso o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) perca as eleições são alvo de mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (23). A determinação partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e os mandados são cumpridos pela Polícia Federal (PF) em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.
Na lista dos empresários estão Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtura W3, José Koury do Barra World Shopping, André Tisot, do Grupo Serra, Meyer Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, do Grupo Mormai, e Afrânio Barreira da rede de restaurantes Coco Bambu.
Na última quinta-feira (18) o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) havia ingressado no Supremo com um pedido de investigação contra os empresários. As mensagens em questão foram divulgadas em um grupo de Whatsapp, conforme mostrou o colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles um dia antes.
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Nas mensagens, a defesa de uma ruptura democrática é apontada como necessária caso o ex-presidente Lula (PT) seja eleito. O grupo de WhatsApp se intitulava Empresários & Política e o tema foi incialmente abordado no dia 31 de julho pelo empresário carioca José Koury, que atua no mercado imobiliário do Rio de Janeiro.
“Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, escreveu Koury. A discussão avançou com a defesa da ideia pelos demais empresários. “Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, escreveu Ivan Wrobel.