A Justiça Federal acatou as denúncias encaminhadas por funcionárias da Caixa Econômica Federal contra seu ex-presidente, Pedro Guimarães. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Guimarães passa a ser réu em sete processos por assédio sexual, denunciados em junho de 2022 e que resultaram em sua saída da diretoria do banco, mesmo negando a realização dos crimes.
A gestão de Guimarães foi marcada por uma série de problemas envolvendo o relacionamento da diretoria com os demais quadros da empresa. Além da série de denúncias por assédio sexual supostamente cometido por ele e pelos demais diretores da estatal, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) identificou que 60% dos funcionários já haviam sofrido algum caso de assédio moral no ano anterior.
Um mês depois de sua saída da empresa, a Caixa vivenciou o suicídio de Sérgio Ricardo Batista, servidor encarregado de analisar as denúncias de assédio contra Guimarães e os demais investigados. O presidente da Fenae, na época o servidor Sergio Takemoto, afirmou que o presidente exercia sua função impondo pressão e medo constante sobre os funcionários, chegando a provocar um surto de problemas de saúde mental na organização.
Leia também
Na mesma época do escândalo, o Congresso em Foco revelou que a política de assédios morais e sexuais da qual Guimarães é acusado também se replicou em suas superintendências. Na Paraíba, Maria Aline Xavier de Paiva foi flagrada perseguindo cada gerente de agência do estado por meio de seus dados pessoais, além de insinuar abusos sexuais contra funcionários que não atingissem suas metas.
Cada denúncia contra Guimarães pode resultar em uma pena de um a dois anos de prisão nos casos de assédio sexual, e um a cinco anos nos casos de importunação. Seu advogado, José Luis de Oliveira Lima, afirma em nota que “a defesa de Pedro Guimarães nega taxativamente a prática de qualquer crime e tem certeza que durante a instrução a verdade virá à tona, com a sua absolvição”.