Lideranças da coalizão Pacto pela Democracia se reuniram nesta segunda-feira (30) com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para conversar sobre as ameaças enfrentadas pelo processo eleitoral no pleito de 2022. Líderes também entregaram ao ministro uma cópia do manifesto que denuncia os ataques realizados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) às eleições.
O Pacto pela Democracia é uma união de 200 movimentos sociais que assinam o “Manifesto em Defesa das Eleições”, elaborado no início de maio e entregue não apenas a Barroso, como aos ministros Luiz Fux e Edson Fachin. A coalizão inclui movimentos como o WWF, Greenpeace, a Transparência Internacional e o Instituto Não Aceito Corrupção.
Leia também
O manifesto entregue aos ministros chama a atenção às tentativas de Jair Bolsonaro de deslegitimar o processo eleitoral brasileiro, mesmo considerando que este “é respeitado em todo o mundo e conta com um sistema de verificação atenta de observadores internacionais e nacionais, além do Ministério Público Eleitoral, sob a presidência dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Tribunal Superior Eleitoral”.
Os movimentos também afirmam que o discurso de descredibilização do processo eleitoral “interessa apenas àqueles que não têm compromisso com a expressão da vontade popular, definida através do voto, base do nosso sistema democrático”, bem como que seus discursos “enaltecem ideias de cunho autoritário”, desrespeitando a Constituição e o Estado democrático de Direito.
O texto também aponta para a confiabilidade das urnas eletrônicas, que nunca apresentaram problemas no Brasil, e que “a sugestão de que isso [processo eleitoral] seja feito pelas Forças Armadas, parte da burocracia estatal, responsiva ao poder Executivo, cujas atribuições são alheias a este exercício cívico, representa uma grave ameaça à nossa democracia”.