Lauriberto Pompeu
A ex-deputada Manuela D’ávila (PC do B-RS) confirmou nesta sexta-feira (26) que entregou o contato do jornalista Glenn Greenwald ao hacker Walter Degatti Neto, um dos acusados de invadir mensagens de autoridades dos Três Poderes.
Degatti contou em depoimento a Polícia Federal que fez contato com o editor do Intercept por meio da ex-deputada.
Nota à imprensa 👇 pic.twitter.com/wvx6uPEnT1
— Manuela (@ManuelaDavila) July 26, 2019
De acordo com a política do PC do B, uma pessoa que se identificou como alguém de sua agenda telefônica entrou em contato com ela no dia 12 de maio. Depois a pessoa que entrou em contato negou ser conhecido dela.
“Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza”,disse.
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Manuela afirmou que não sabe a identidade da pessoa que entrou em contato com ela e que está disposta a encaminhar a Polícia Federal o conteúdo das mensagens trocadas entre ela e o invasor.
Desde o dia 9 de junho, o site Intercept revelou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio atuava em conluio com os procuradores da Lava Jato na condução da operação quando era o juiz responsável por analisar os casos de 1ª instância em Curitiba.
Leia a íntegra da nota:
Tomando ciência, pela imprensa, de alusões feitas ao meu nome na investigação de fatos divulgados pelo “The Intercept Brasil”, e por me encontrar no exterior em atividades programadas desde o início do corrente ano, esclareço que:
1. No dia 12 de maio, fui comunicada pelo aplicativo Telegram de que, naquele mesmo dia, meu dispositivo havia sido invadido no Estado da Virginia, Estados Unidos. Minutos depois, pelo mesmo aplicativo, recebi mensagem de pessoa que, inicialmente, se identificou como alguém inserido na minha lista de contatos para, a seguir, afirmar que não era quem eu supunha que fosse, mas que era alguém que tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras. Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza.
2. Pela invasão do meu celular e pelas mensagens enviadas, imaginei que se tratasse de alguma armadilha montada por meus adversários políticos. Por isso, apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald.
3. Desconheço, portanto, a identidade de quem invadiu meu celular, e desde já, me coloco a inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração. Estou, por isso, orientando os meus advogados a procederem a imediata entrega das cópias das mensagens que recebi pelo aplicativo Telegram à Polícia Federal, bem como a formalmente informarem, a quem de direito, que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido e para apresentar meu aparelho celular à exame pericial.