Em uma clara campanha pós-prisão, Luís Inácio Lula da Silva adotou tom de combatividade em São Bernardo do Campos no ABC Paulista. Acompanhado de Fernando Haddad (PT), Marcelo Freixo (Psol), Guilherme Boulos (Psol) e demais lideranças petistas, o ex-presidente enalteceu os aliados foi pra cima de Jair Bolsonaro e dos seus ministros de governo. Lula conclamou os alias a lutarem ao seu lado nas ruas.
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O ex-presidente chamou a juventude e outros nomes fortes da esquerda para irem para as ruas. “Freixo, Haddad, Boulos, PCdoB, que a gente esteja na rua e sobretudo com a juventude”, declarou.
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O petista declarou que a esquerda em 2022 irá ganhar as eleições. “Em 2022, a chamada esquerda que o Bolsonaro tem tanto medo, vai derrotar a outra direita”, disse.
Lula também disse que em poucos dias irá fazer um pronunciamento público, no qual, deve deixar clara quais são suas intenções daqui pra frente. “Eu quero pensar, vou escrever e rabiscar porque eu quero fazer um pronunciamento. Eu não quis fazer hoje porque qualquer coisa que eu diga mais dura, vão dizer que eu estou com ódio”, afirmou.
O ex-presidente, porém, demonstrou desejar promover no Brasil manifestações semelhantes às que estão tomando conta do Chile. “Nós estamos vendo o que está acontecendo no Chile, o Chile é o modelo de país que o Guedes quer fazer aqui. No Chile o povo está indo à rua porque eles acreditam que quem é eleito não é eleito para destruir, é eleito para governar” disse Lula.
Em ataque direto ao presidente Bolsonaro Lula disse que ele foi eleito para governar para o povo e não para milicianos. “O cidadão foi eleito, ele foi eleito democraticamente e nós respeitamos o resultado da eleição. Ele tem mais 3 anos. Mas ele foi eleito para governar para o povo brasileiro e não para os milicianos do Rio de Janeiro. Ele não foi eleito para atrapalhar as investigações do caso Marielle (…) Ele tem que explicar onde está o Queiroz. Ele tem que explicar onde ele construiu o patrimônio de 17 casas”, disse Lula.
Segundo o petista, o governo de Jair Bolsonaro piorou a condição de vida do cidadão comum e por isso conclamou os seguidores a se manifestarem. “O povo ficou mais pobre, o povo tem menos saúde, o povo tem menos carro, o povo tem menos emprego. Não tem ninguém que conserte este país se vocês não quiserem que conserte. Não adianta ficar com medo com as ameaças que eles fazem na televisão de que vai ter miliciano, que vai ter AI5”, disse.
“Nós vamos fazer muita luta. E não é um dia de luta, passar três meses e depois voltar não. É todo dia” disse o ex-presidente. “E os nossos deputados vão ter que virar leões naquele Congresso”, declarou. “A gente vai ter que fazer que nem o povo do Chile, que nem o povo da Bolívia. A gente tem que atacar e não apenas se defender”, decretou.
Marcelo Freixo, muito citado por Lula durante o discurso, é conhecido por sua atuação contra as milícias fluminenses e ferrenho opositor de Jair Bolsonaro. O deputado era amigo pessoal de Marielle Franco, que foi sua assessora de gabinete antes de virar vereadora. Em entrevista recente ao Congresso em Foco, o deputado disse defender a união da esquerda para se evitar uma ditadura no país.
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