O novo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), foi denunciado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia foi divulgada pela PGR no momento em que o senador defendia o voto fechado para a eleição à presidência da Casa. A denúncia também alcança a agora ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que não conseguiu se reeleger, e um grupo de empresários. Eles são acusados de “caixa três”.
Segundo Raquel, a prática foi adotada pelo Grupo Odebrecht para esconder doações de campanha, que eram feitas a políticos em nome de outras empresas. Conforme a denúncia, a empresa Praiamar efetuou doações de R$ 700 mil à campanha de Vanessa para a prefeitura de Manaus, em 2012, e de R$ 1,65 milhão ao diretório local do PMDB (atual MDB) na capital do estado. Na época, o diretório era presidido por Eduardo Braga e apoiou a então candidata do PCdoB.
Raquel afirma que os recursos saíram da Odebrecht e passaram pela Praiamar com o objetivo de “dissimular a real origem dos valores advindos da Odebrecht”. Em delação premiada, o ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Ayres Reis disse que se encontrou com Vanessa em agosto de 2012, em Manaus. Na ocasião, segundo ele, foi acertado o repasse de R$ 1,5 milhão. O valor, de acordo com o delator, foi liberado pela empreiteira.
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Ayres Reis afirma que a transação foi registrada no sistema Drousys, utilizado pela Odebrecht para gerenciar o pagamento de propina e caixa dois. Conforme o delator, Vanessa é identificada na planilha como “ELA”, ao lado do valor de R$ 2,35 milhões. A doação, segundo o ex-executivo, foi intermediada por Walter Faria, empresário do Grupo Petrópolis.
Raquel Dodge sustenta que Vanessa e Eduardo Braga inseriram informação falsa na prestação de contas eleitoral. “Declararam que as doações recebidas (doação para a candidatura de Vanessa Grazziotin e a doação para o Diretório Municipal do PMDB) advieram da Praiamar, quando, em verdade, eram doações do Grupo Odebrechet”, apontou em trecho da peça acusatória.
Além dos dois políticos, de Ayres Reis e Walter Faria, também foram denunciados os empresários Roberto Luiz Ramos Fontes Lopes e Eduardo José Mortani Barbosa. A PGR pede o pagamento de indenização por dano moral no valor de R$ 2,350 milhões, mesmo valor doado pela Odebrecht.
PublicidadeO Congresso em Foco ainda não localizou Vanessa nem Eduardo Braga. A matéria será atualizada assim que eles se manifestarem.
Com informações da Procuradoria-Geral da República