A Justiça Federal do Rio de Janeiro homologou nesta quarta-feira (12) um acordo de delação premiada com o “doleiro dos doleiros” Dario Messer, réu de processos da Lava Jato no Rio de Janeiro por esquemas nacionais e transnacionais de lavagem de dinheiro e outros crimes.
Pelo acordo, Dario deverá cumprir pena de até 18 anos e 9 meses em regime fechado, com progressão de pena. Outra cláusula prevê a renúncia, em favor dos cofres públicos, de mais de 99% do seu patrimônio, estimado em cerca de R$ 1 bilhão.
Os bens incluem imóveis de alto padrão e valores no Brasil e no exterior, além de obras de arte e um patrimônio no Paraguai ligado a atividades agropecuárias e imobiliárias, que deverão fundamentar um pedido de cooperação com as autoridades paraguaias para sua partilha com o Brasil.
Na avaliação da da força-tarefa, o acordo permite a coleta de provas para investigações em andamento, tendo já fornecido depoimentos juntados aos autos de processos decorrentes de três investigações sobre esquemas que teve o colaborador como figura-chave: “Câmbio, desligo”, sobre esquema de lavagem de dinheiro a partir do Uruguai e que movimentou mais de US$ 1,6 bilhão; “Marakata”, sobre transações de dólar-cabo para lavar dinheiro em contrabando de esmeraldas; e “Patrón”, sobre o braço no Paraguai da organização transnacional de lavagem de dinheiro liderada pelo doleiro.
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Propina ao procurador
Em 2019, a Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro interceptou conversas Dario com sua namorada, Myra Athayde, nas quais ele afirmava que pagava propinas mensais ao procurador da República e integrante da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, Januário Paludo.
As informações foram obtidas durante as investigações que embasaram a operação Patrón, última fase da Lava Jato, que tinha Messer como alvo principal. Na época a defesa de Paludo preferiu não se manifestar.