Partiu do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a determinação à Polícia Federal para não soltar o ex-presidente Lula após a determinação do desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A informação é do Valor Econômico.
Segundo o jornal, Jungmann foi orientado pelo presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores, a impedir o cumprimento da decisão judicial de Favreto. A PF faz parte da estrutura do Ministério da Segurança Pública.
De acordo com o repórter Murilo Camarotto, Jungmann repassou o pedido à Superintendência da Polícia Federal de Curitiba e, por esse motivo, os agentes que estavam de plantão quando o primeiro habeas corpus foi expedido não soltaram Lula.
Jungmann foi pressionado por lideranças petistas que acusavam a PF de descumprir a ordem de soltura assinada pelo desembargador plantonista. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) chegou a divulgar uma mensagem encaminhada ao ministro por um aplicativo de mensagens. Ordem judicial é para ser cumprida, respondeu.
A resposta, segundo o Valor, se referia, no entanto, ao posicionamento do presidente do TRF-4 e não ao desembargador de plantão. De acordo com o ministro, os policiais agiram de acordo com a lei.
Leia também
Favreto mandou soltar Lula em duas ocasiões no último domingo. Depois de ignorar a decisão do relator do processo, João Pedro Gebran Neto, ele teve sua ordem derrubada pelo presidente da corte, Thompson Flores.
O desembargador é alvo de representações no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O juiz Sérgio Moro também é questionado por ter interferido no caso ao se insurgir contra a posição de um desembargador, superior a ele hierarquicamente, mesmo estando de férias.
Carlos Eduardo Thompson Flores, CNJ, João Pedro Gebran Neto, Lula, Maria do Rosário, Raul Jungmann, Sérgio Moro, TRF-4