A deputada Erika Hilton (Psol-SP), segunda vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, apresentou uma representação ao Ministério Público Federal contra o pastor evangélico André Valadão por Lgbtfobia em seus discursos religiosos. A parlamentar chama atenção pelo fato dele ter escolhido o mês de junho, reconhecido mundialmente como uma data de orgulho Lgbt+, para fazer uma onda incisiva de ataques.
A ação tem como fato de origem uma transmissão ao vivo do pastor no domingo (4), quando realizou um culto com o tema “Deus odeia o orgulho”, adotando as cores da bandeira Lgbt+ na última palavra. Em sua fala, afirmou se tratar de uma “impureza sexual”, e que ele precisa “ter ódio daquilo que Deus não criou de forma natural”. Ele ainda defendeu o rompimento com pessoas Lgbt+.
“O enquadramento do discurso do Representado à prática do crime de homotransfobia é nítido. Sua intenção era utilizar uma data importante à comunidade LGBTQIA+ para se projetar a partir de um discurso criminoso, que ofende e vulnerabiliza ainda mais as minorias sexuais e de gênero no país”, apontou a deputada, lembrando que a homofobia é enquadrada no Brasil como uma forma de racismo.
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Na representação, a deputada pede que sejam retiradas de circulação as gravações e peças de divulgação do referido culto de André Valadão “em vista do evidente caráter criminoso de seu conteúdo”. Ela também pede que o pastor seja investigado pelos crimes de homofobia e transfobia.
Erika Hilton, além de compor a Mesa Diretora da Comissão de Direitos Humanos, é uma das duas parlamentares trans da atual legislatura, e adota a defesa da comunidade Lgbt+ como uma de suas principais bandeiras de campanha. Ela ressaltou o repúdio ao conteúdo do discurso de Valadão. “Não permitiremos que suas falas passem impunes. Deus não odeia o orgulho. Quem odeia a diversidade são os farsantes e mercadores da fé, que não perder a oportunidade de pregar o ódio contra populações vulnerabilidades, espalhando desinformação e estereótipos”, declarou.
Confira a íntegra da ação: