O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi ao Twitter na manhã desta sexta-feira (5) para criticar o que chamou de “politização da persecução penal”. As declarações de Gilmar chegam após a saída de Deltan Dallagnol do Ministério Público para iniciar uma carreira política. “Demonizou-se o poder para apoderar-se dele”, escreveu o ministro.
O anúncio de deixar o MP foi feito por Deltan, em vídeo publicado em suas redes sociais na tarde de quinta-feira (4). Ele explicou que a decisão não foi fácil, mas que agora pode fazer mais pelo país fora da instituição. O procurador ganhou notoriedade ao assumir a coordenação da extinta operação Lava Jato em Curitiba, sendo responsável por uma das investigações com mais implicações políticas já feitas no país, que desmembrou esquema bilionário de corrupção na Petrobras, principal estatal brasileira
Gilmar Mendes também atacou métodos de investigação que tinham com fundo motivações políticas. “Tudo convergia para um propósito claro – e político, como hoje se revela”, escreveu Gilmar.
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Alerto há alguns anos para a politização da persecução penal. A seletividade, os métodos de investigações e vazamentos: tudo convergia para um propósito claro – e político, como hoje se revela. Demonizou-se o poder para apoderar-se dele. A receita estava pronta.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) November 5, 2021
O legado da operação começou a ser questionado após a Vaza Jato, quando uma série de documentos indicou ações combinadas entre o MP e o então juiz Sergio Moro, julgado suspeito pelas decisões relativas à investigação.
Moro também se entregou à carreira política, e se filiará ao Podemos, partido que integra base de apoio do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, para se lançar candidato à presidência na corrida eleitoral de 2022.