O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Força-Tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, tentou investigar e obter informações pessoais sobre o ministro Dias Toffoli e sua mulher, em 2016, quando Toffoli já era presidente do Supremo Tribunal Federal. As informações foram publicadas em reportagem do jornal Folha de S. Paulo e do site The Intercept Brasil, com base nas mensagens trocadas pelo procurador em aplicativos de conversa e vazadas para a imprensa.
>Maia divulga vídeo de apoio a Glenn Greenwald. Veja
A intenção de Deltan Dallagnol era estabelecer uma relação entre o presidente do Supremo e a construtora OAS, que na época negociava um acordo de colaboração premiada. O procurador sugeriu investigações aos colegas, com base na informação indicada pelos advogados da empresa de que a construtora tinha participado de uma reforma na casa do ministro em Brasília.
Por lei, ministros do STF não podem ser investigados por procuradores de primeira instância, mas apenas pela Procuradoria Geral da República, como menciona o próprio Dallagnol, em mensagens trocadas com assessores de gabinete da PGR, na época chefiada por Rodrigo Janot. “Queria refletir em dados de inteligência para eventualmente alimentar Vcs”, escreveu o procurador. “Sei que o competente é o PGR rs, mas talvez possa contribuir com Vcs com alguma informação, acessando umas fontes”, disse Dallgnol para um assessor de Janot, se referindo a possibilidade de investigar Dias Toffoli.
Leia também
A reportagem destaca ainda que Dallagnol mencionou que a Receita Federal estava levantando dados sobre os pagamentos recebidos pelo escritório de advocacia da esposa do presidente do Supremo Tribunal Federal. No período em que o interesse por Toffoli surgiu, o ministro tinha proferido duas decisões que contrariavam a Operação Lava Jato. Dois procuradores chegaram a publicar artigo na Folha de S. Paulo criticando o ministro.
>Guedes associa hackers à oposição e diz: “vai trabalhar, vagabundo”
Publicidade>A absoluta constitucionalidade do trabalho do The Intercept