Nesta segunda-feira (21), começa em Londres o julgamento da tragédia de Mariana, na região central de Minas Gerais. A ação é movida por 620 mil pessoas, 46 municípios e 1,5 mil empresas atingidos pelo rompimento da barragem. As vítimas pedem uma indenização de R$230 bilhões de reais à mineradora anglo-australiana BHP Billinton.
Junto com a Vale, a BHP é acionista igualitária da Samarco, empresa responsável pela barragem do Fundão, que rompeu em 2015. O caso está sendo julgado no Reino Unido porque em 2017, um advogado brasileiro, que representava cerca de 6 mil pescadores, entrou em contato com o advogado galês Tom Goodhead. Eles decidiram acionar a justiça britânica visto que a BHP possui ações na Bolsa de Valores do Reino Unido. A empresa considera o julgamento internacional uma medida extrema, visto que há uma ação em tramitação na justiça brasileira.
O rompimento da barragem causou 19 mortes, devastou a região e contaminou o Rio Doce. O processo corre na justiça desde 2018. No julgamento em Londres serão ouvidos depoimentos durante 12 semanas e está previsto para durar até março de 2025. O resultado pode alcançar novos níveis na responsabilização de empresas que causaram danos ambientais em outros países. Além de afetar outros casos como Brumadinho e poluições na região Norte do Brasil.
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Caso haja condenação da BHP, a Vale deve dividir igualmente o valor a ser pago, segundo acordo firmado entre as duas companhias em relação às ações judiciais que correm na Europa. Além da ação no Reino Unido, há outra em andamento na Holanda, na qual a acionista brasileira é ré.
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