A Justiça de São Paulo condenou os deputados federais Carla Zambelli e Gustavo Gayer, ambos do PL, a pagarem indenização por divulgarem informações pessoais de uma professora. A juíza Camila Franco de Moraes Mariani, da 21ª Vara Cível, estipulou o pagamento de R$ 3.000,00. A autora do processo havia enviado uma mensagem para Zambelli chamando a parlamentar de fascista.
Em represália, a deputada divulgou nas redes sociais prints da conversa, revelando o telefone da professora. Gustavo Gayer também compartilhou a informação durante uma live no Instagram. Após a exposição, a educadora passou a ser perseguida e sofrer ameaças de bolsonaristas. Segundo a magistrada que proferiu a sentença, os parlamentares estavam cientes dos danos que causariam à vítima.
“Ao divulgarem o número privado da autora do processo nas suas redes sociais, certamente procuravam que os seguidores oferecessem algum tipo de represália”, diz trecho da decisão da juíza.
Os advogados da vítima haviam pedido inicialmente R$ 117.ooo,oo de indenização sob alegação de que ela perdeu a “tranquilidade e sensação de segurança”. No entanto, Camila Franco não atendeu o pedido devido ao tom ofensivo da mensagem que a professora enviou à deputada.
Leia também
Leia também: Quatro deputados faltaram mais da metade das sessões plenárias em 2024. Veja os mais faltosos
Publicidade
Outro lado
O Congresso em Foco procurou os parlamentares. Carla Zambelli enviou a seguinte nota:
“No dia em que recebi a mensagem agressiva da pessoa que me processou, contendo ofensas como “Vsf fascista do kralho”, meu objetivo foi expor o teor das mais de 60 mil mensagens ofensivas que recebi naquele dia após meu número de celular ter sido vazado. Agi motivada pelo dever cívico de revelar os responsáveis pelo verdadeiro “Gabinete do Ódio”. Muitas dessas mensagens continham conteúdos pornográficos; a que publiquei da autora do processo foi uma das mais brandas. É curioso observar a inversão de valores: quem ofende não é punido, enquanto a vítima da ofensa ainda é condenada a pagar indenização”.
O deputado Gustavo não se manifestou até o fechamento desta matéria. Ambas as partes ainda podem contestar a decisão.