Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto acredita que o novo presidente da corte, Dias Toffoli, não pautará recursos apresentados pela defesa do ex-presidente Lula sem consultar os demais pares. O ex-ministro falou ao Congresso em Foco minutos antes de acompanhar a posse de Toffoli.
Para Ayres Britto, Toffoli vai impor seu estilo aos poucos, e não pautar temas polêmicos “discricionariamente”. “A gente tem, primeiro, de observar o estilo dele. É poder do presidente da Casa pautar os processos para julgamento. Esse ‘empoderamento’ é próprio do cargo de presidente. Vamos ver, aguardar, para ver que estilo. É evidente que o presidente que chega não faz isso discricionariamente. Ele o faz tendo em vista a repercussão maior de determinado processo para a sociedade, como um todo – repercussão quanto ao conteúdo das causas, das teses, o conteúdo econômico, social, político. São balizas para o presidente pautar um julgamento”, declarou.
Questionado sobre a possibilidade de a questão ir a plenário ainda neste ano, Ayres Britto evitou ser enfático. “Eu não tenho opinião formada sobre isso. Prefiro aguardar. Sigo observando”, abreviou.
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“É uma expectativa boa. Trabalhei com ele alguns anos e testemunhei nele a convergência de virtudes que o credenciam para esta nova liderança. Ele é agregador, conciliador, e desempenha bem, administrativamente, o papel de primus inter pares [primeiro entre os pares], como se dizia antigamente em latim. Administrativamente, porque, tecnicamente, é todo mundo igual”, acrescentou o ex-ministro.
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