O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, deixou a sede da Polícia Federal após a conclusão de seu depoimento, que durou cerca de cinco horas. Suspeito de colaborar com os invasores que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro, Dias entrou calado na sede, falando apenas com os policiais. Em seguida, foi liberado.
O depoimento se deu a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a CNN vazar imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto contendo os registros da invasão. Dias teria chegado por volta das 16h30 no local, e foi filmado interagindo com os vândalos no terceiro andar do prédio.
Em nota emitida poucas horas antes de Gonçalves Dias pedir seu afastamento do cargo, o GSI alegou que sua passagem no Palácio se deu “no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da Polícia Militar do Distrito Federal, foi possível realizar a prisão dos mesmos”.
As câmeras também registraram um oficial do GSI caminhando amigavelmente entre os invasores, e em seguida abrindo a copa e oferecendo água. De acordo com Gonçalves Dias, trata-se de um major do Exército, e que deverá ser punido. A nota do GSI também se referiu ao caso, sem especificar o agente. “Informa-se que as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste Ministério e se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados”, afirmam.
O conteúdo do depoimento de Dias será utilizado nos inquéritos do STF que buscam identificar os responsáveis pelos atos golpistas. As gravações vazadas já se encontravam sob a guarda da Polícia Federal, tramitando sob sigilo nos mesmos inquéritos.
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