O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta quinta-feira (21) as críticas que recebeu de bolsonaristas e evangélicos por ter votado pela condenação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
Mendonça disse que é preciso “separar o joio do trigo” e que, como cristão, não pode “endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas”. Indicado ao cargo como nome “terrivelmente evangélico” pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro afirmou que tem convicção de que fez o correto ao votar contra o deputado bolsonarista, condenado a mais de oito anos de prisão por incitar a violência contra ministros do Supremo e ameaçar instituições democráticas.
“Diante das várias manifestações sobre o meu voto ontem, sinto-me no dever de esclarecer que: [a] como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e [b] como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja. Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto”, escreveu o ministro no Twitter.
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Aliados de Daniel Silveira davam como certo que André Mendonça pediria o adiamento do julgamento ou votaria por sua absolvição, como fez Kassio Nunes Marques, o outro ministro indicado por Bolsonaro. Pastor, Mendonça frustrou líderes da bancada evangélica, que esperavam seu total alinhamento com o governo. “Estou terrivelmente desapontado”, reagiu o deputado Pastor Marco Feliciano (PL-SP). Bolsonaristas e evangélicos espalharam nas redes sociais mensagens e memes contra André Mendonça, chamando-o de “traidor” e “Judas”.
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