O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes manteve a prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Jefferson está preso desde outubro, depois que recebeu a bala e com granadas policiais federais que foram à sua casa cumprir uma ordem de prisão.
Na decisão, Moraes considerou que as situações que justificaram a prisão de Jefferson permanecem e, por isso, o ministro negou o pedido de liberdade feito pelos advogados do ex-deputado.
“Em diversas ocasiões, foram trazidos aos autos notícias de diversos descumprimentos das medidas cautelares impostas em face de ROBERTO JEFFERSON MONTEIRO FRANCISCO, a revelar a sua completa ineficácia em cessar o periculum libertatis do investigado”, escreve Alexandre de Moraes. O termo em latim refere-se ao perigo que pode haver na hipótese da sua liberdade.
Moraes refere-se à agressividade das declarações de Roberto Jefferson contra a democracia e instituições como o STF. Segundo Moraes, essas ações e declarações de Roberto Jefferson podem mesmo ter ensejado o cometimento de novos crimes, “entre eles os delitos de calúnia, difamação, injúria, de abolição violenta do Estado Democrático de Direito”. Fala ainda na incitação “contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade”.
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50 tiros e granadas
Na ocasião em que foi preso, Jefferson utilizou “armamento de alto calibre” contra os policiais que cumpriam o seu dever. Moraes enumera o tipo de arma utilizada por ele: um fuzil 556, com o qual disparou mais de 50 tiros e três granadas.
A agravar a situação, reforça o ministro, foram encontrados na casa do ex-deputado mais de sete mil cartuchos de munição para fuzil e pistolas. Roberto Jefferson foi preso em flagrante por tentativa de homicídio.
Para os aliados bolsonaristas, o episódio, ocorrido no dia 23 de outubro, teria sido determinante para consolidar a vitória de Lula e a derrota de Bolsonaro, juntamente com outra situação semelhante, quando a deputada Carla Zambelli (PL-SP), saiu correndo nas ruas de São Paulo armada de um revólver para ameaçar o jornalista Luan Araújo. O episódio com Zambelli foi no dia 29 de outubro. O segundo turno das eleições ocorreu em 30 de outubro.