O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes disse em entrevista ao jornal “O Globo” que um grupo de golpistas envolvido nos atos de 8 de janeiro pretendia assassiná-lo. Outros ainda queriam que ele fosse enforcado na Praça dos Três Poderes.
“Eram três planos”, diz Alexandre. “O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. […] E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes”
A entrevista foi publicada na manhã desta quinta-feira (4) no website do jornal O Globo (link). Também foi reproduzida na edição impressa.
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O ministro Alexandre fez mais revelações sobre as investigações do 8 de janeiro na entrevista:
- segundo ele, houve participação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no planejamento da tentativa de golpe. O ministro diz que a agência monitorava os seus passos “para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão”.
- o plano dos golpistas, diz a investigação, era invadir o Congresso e ficar “até que houvesse uma GLO [operação de Garantia da lei e da ordem conduzida pelas Forças Armadas] para que o Exército fosse retirá-los. E, então, eles tentariam convencer o Exército a aderir ao golpe.”
- no dia dos atentados, a inação da Polícia Militar foi o que mais surpreendeu. De acordo com o ministro, cem homens do Batalhão de Choque eram suficientes para dispersas o ato.
- Alexandre diz ainda ter recebido “muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos”. Diz ter aumentado o esquema de segurança para proteção dos familiares.
Alexandre de Moraes é o relator das investigações sobre os atos golpistas no STF. Também já havia assumido a presidência do TSE na época em que as eleições gerais de 2022 foram realizadas. É um dos nomes atacados pela ala mais radicalizada de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.