Membros da CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que investiga os autores e motivos dos atos golpistas de 8 de janeiro estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira (29) com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No encontro, firmaram um acordo de compartilhamento de dados sobre o assunto nas duas esferas.
Alexandre de Moraes é relator dos inquéritos que investigam tanto os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro quanto os atos de 12 de dezembro, quando bolsonaristas acampados em Brasília atearam fogo no centro da cidade e tentaram invadir delegacias. Os dois episódios também são objeto de investigação da CPI.
De acordo com o presidente do colegiado, o deputado distrital Chico Vigilante (PT), Alexandre de Moraes está “acompanhando tudo que a CPI está fazendo”, e estabeleceu uma ponte de contato permanente com o procurador da CPI para fazer a troca constante de informações, com exceção dos dados estritamente sigilosos que se encontrem aos cuidados do STF.
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A CPI já teve ao menos quatro investigados em comum com relação ao inquérito: o ex-secretário de segurança substituto do DF, Fernando Oliveira; os coronéis Fábio Augusto e Jorge Eduardo Naime da Polícia Militar do Distrito Federal; e o ex-secretário de segurança Anderson Torres. Destes, dois já prestaram depoimento, e Anderson Torres explora caminhos na Justiça para não se pronunciar.
Do outro lado, a CPI alcançou informações de interesse para o STF. O colegiado conseguiu aprofundar o entendimento sobre o papel de oficiais do Exército que tentaram proteger o acampamento golpista em 8 de janeiro, descobriram os motivos da falta de prisões em 12 de dezembro e também que, na data, muitos dos golpistas conseguiram se refugiar nos hotéis da capital, onde estavam hospedados.
Após o encontro, Vigilante exaltou a colaboração de Alexandre de Moraes nas investigações. “Eu estou convicto que efetivamente foi um golpe naquele dia. O ministro está agindo com muito rigor, e pelo que ele deixou transparecer nessa audiência, ainda tem muita coisa a acontecer nos próximos dias. Mais prisões, mais investigações, muitas coisas ainda vão acontecer”, antecipou.
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