O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) de antecipar o retorno de Ibaneis Rocha ao cargo de governador do Distrito Federal. Seu retorno estava originalmente previsto para acontecer em abril, conforme definia a decisão que resultou em seu afastamento. Moraes agora entende que Ibaneis não representa mais perigo às investigações dos atos golpistas de 8 de janeiro em sua função.
Ibaneis é um dos investigados no inquérito que busca identificar os autores intelectuais e financeiros dos ataques de 8 de janeiro. Ele foi afastado do cargo a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), sob o argumento de que, estando no cargo de governador, Ibaneis seria capaz de se livrar de eventuais provas de sua participação. A falta de ação da Polícia Militar e os discursos prévios de Ibaneis negando o risco dos ataques o tornaram suspeito na investigação.
Para Moraes, “não se vislumbra, atualmente, risco de que o retorno à função pública do investigado (…) possa comprometer a presente investigação ou resultar na reiteração das infrações penais investigadas”, possibilitando o retorno de Ibaneis ao seu cargo, que até agora é exercido por sua vice-governadora, Celina Leão (PP).
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O ministro também chama atenção para as informações colhidas até o momento pela Polícia Federal, que “não trazem indícios de que estaria buscando obstaculizar ou prejudicar os trabalhos investigativos, ou mesmo destruindo evidências”. As mensagens do celular de Ibaneis, acessadas pela polícia, segundo as investigações, indicam que o governador não tinha interesse nos ataques.
Em nota, o governador comemorou a decisão. “Aguardei com muita paciência, resiliência e confiança na justiça do meu país, esse momento de retorno ao cargo que assumi pela vontade do povo do Distrito Federal, que me elegeu em primeiro turno para um segundo mandato. Agora é seguir firme confirmando a minha inocência junto ao STF e trabalhar ainda mais pela cidade que tanto amo”, declarou.
Confira a íntegra da decisão: