A viagem de quatro dias do presidente Jair Bolsonaro à Rússia e à Hungria, em fevereiro, custou pelo menos US$ 396,7 mil, cerca de R$ 2,1 milhões, aos cofres públicos. Os dados foram fornecidos pelo Executivo ao portal Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Os gastos, no entanto, são maiores, uma vez que não foram informadas as despesas com combustível de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) nem com hospedagem.
A viagem da comitiva presidencial foi realizada entre os dias 14 e 18 de fevereiro. Mas os assessores do governo se deslocaram para Moscou ainda no começo do mês, para cuidar dos preparativos para a recepção ao presidente da República. Nas duas viagens, segundo o Palácio do Planalto, as discussões foram focadas nas relações comerciais, econômicas e de defesa e soberania entre os países.
A visita de Bolsonaro ao presidente Vladimir Putin foi criticada internacionalmente por ter sido feita uma semana antes dos ataques do Kremlin à Ucrânia. Na ocasião, o presidente brasileiro manifestou “solidariedade” ao colega russo. O gesto foi interpretado como sinal de apoio do Brasil à Rússia. Bolsonaro nega que tenha tido essa intenção, alega que o país não deve tomar partido no conflito, mas em nenhum momento condenou a ofensiva de Putin contra os vizinhos.
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Segundo o levantamento, a maior parte dos gastos da viagem foi destinada ao pagamento de diárias, usadas para acomodação, alimentação e locomoção urbana, de seguranças do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e de assessores pessoais de Bolsonaro, além da comitiva de ministros. As diárias consumiram mais de R$ 1,1 milhão. Embora a maioria da comitiva tenha viajado em aviões da FAB, o governo também gastou mais de R$ 200 mil com passagens aéreas.
De acordo com o Metrópoles, a lista de nomes fornecida pelo governo não inclui o vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. Mesmo sem qualquer cargo no governo federal, Carlos acompanhou o pai à Rússia, usufruindo de maior protagonismo do que a maioria dos ministros nas fotos.
O Palácio do Planalto afirma que “não foram pagos pelo Ministério das Relações Exteriores quaisquer valores a título de diárias” a Carlos. A resposta foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu informações sobre os gastos. O governo não esclarece como foram pagos transporte, hospedagem e consumos feitos pelo filho do presidente na viagem. “Todas as manifestações e atitudes do presidente da República se pautaram em critérios éticos e legais regulares”, disse o Planalto ao Supremo.
PublicidadeO contribuinte brasileiro também bancou R$ 780,4 mil em aluguel de carros e compra de materiais para escritórios de apoio, além de custos com cerimonial, para que a equipe do presidente viajasse à Hungria e à Rússia.
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