Após onda de ameaças e ataques às instituições democráticas brasileiras, o presidente da República Jair Bolsonaro descartou qualquer hipótese de golpe e confirmou que haverá eleições em 2022. “Vai ter eleição, não vou melar. Fique tranquilo, vai ter eleição”, disse em entrevista concedida à revista Veja publicada na manhã desta sexta-feira (24).
Bolsonaro afirmou ainda que houve pressões “de algumas pessoas” para que ele “jogasse fora das quatro linhas”, embora não tenha entrado em detalhes nem apontado nomes. O presidente disse ainda que “extrapolou” nas declarações dadas durante discursos feitos para manifestantes dos atos de Sete de Setembro na Esplanada dos Ministérios e na Avenida Paulista.
Questionado sobre a possibilidade de um golpe de estado, o chefe do Planalto afirma que “daqui pra lá, a chance de um golpe é zero”, mas que “de lá pra cá”, em referência à oposição, “a gente vê que sempre existe essa possibilidade”. Bolsonaro diz ainda que sua maior paz é saber que não tem um comunista sentado em sua cadeira.
Sobre o mal desempenho de importantes indicadores econômicos, como a inflação e o dólar, Bolsonaro afirmou que a única saída é o livre mercado e que está esperançoso. “Eu não vou tabelar ou segurar preços. […] Reconheço que o custo de vida cresceu bastante aqui, além do razoável, mas vejo perspectivas de melhora para o futuro”.
O presidente confirma sua candidatura para a reeleição, mas não dá certeza sobre o futuro de Hamilton Mourão na vice-presidência. “Não está fechada a porteira para ele ainda. Agora, o Mourão não tem a vivencia política. Praticamente zero. E depois de velho é mais difícil aprender as coisas. Mas no meu entender seria um bom senador”, desabafa. Sobre o processo de escolha de partidos para a disputa eleitoral do ano que vem, admitiu a possibilidade de se filiar ao PP, PL ou Republicanos. Também revelou que lhe foi oferecido lugar no PTB.
Durante a entrevista, manteve a mesma postura adotada em seu discurso na Assembléia Geral ONU e pintou imagem de total controle das principais problemáticas que assolam seu governo, como a economia, a gestão da pandemia da covid-19 e os escândalos de corrupção revelados pela CPI da Covid-19 no Senado.
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