No mesmo dia em que a Câmara deve votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso, as Forças Armadas realizaram um desfile ostentando tanques de guerra na Esplanada dos Ministérios. O ato ocorreu na manhã desta terça (10) e passou em frente ao Palácio do Planalto, onde um oficial, vestido com roupa de combatente, subiu a rampa e entregou ao presidente Jair Bolsonaro um convite, que poderia ser enviado por email, para um exercício militar.
Bolsonaro tem, reiteradas vezes, acusado o Tribunal Superior Eleitoral de ser conivente com fraudes, apesar de não apresentar provas. Ele também já afirmou, em mais de uma ocasião que as eleições de 2022 estão sob ameaça de não ocorrerem caso o voto impresso não seja implantado no Brasil.
No ato desta terça, o presidente estava acompanhado por um grupo de ministro que inclui militares. Entre os que participaram do gesto ao lado de Bolsonaro estava o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, General Heleno, o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o ministro da Educação, Milton Ribeiro.
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Também participou do evento no Palácio o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) que irá depor a CPI da Covid nesta semana sobre possíveis irregularidades na compra da vacina Covaxin pelo governo.
Apesar de ser oficial militar, o vice-presidente Hamilton Mourão, não estava presente no ato. Mais de 15 carros oficiais das Forças Armadas passaram pela Esplanada.
Treinamento que ocorre desde 1988 em Formosa, Goiás, mas pela primeira vez houve um gesto anterior de exposição pública de força militar. De maneira semelhante, apesar dos presidentes da República serem anualmente convidados é a primeira vez que ocorre uma entrega de covite em mãos.
Durante toda a terça-feira, os carros das Forças Armadas ficarão em exposição em frente ao Minitério da Marinha.
Voto impresso
Alguns apoiadores do presidente Bolsonaro acompanharam o ato e se manifestaram em favor do voto impresso.
Tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foram convidados, mas não compareceram. Lira chegou a classificar o desfile como “trágica coincidência”Na última sexta, Lira decidiu levar ao Plenário a PEC do voto impresso, apesar do relatório recomendando o arquivamento da matéria ter sido aprovado na comissão especial que analisava o texto. Há uma expectativa de que a proposta seja rejeitada pela maioria.
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