A possível suspensão de cinco deputados do PSL causou um momento de desentendimento público entre o líder do partido na Câmara, delegado Waldir (GO), e a deputada Carla Zambelli (SP), na porta do diretório nacional da sigla, em Brasília.
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Nesta sexta-feira (18), parlamentares do PSL se reuniram para fazer mudanças no estatuto do partido e indicar novos membros para a secretaria executiva da sigla, além de discutir a crise na legenda. Correligionários da ala-pró Bolsonaro afirmam que a reunião não foi divulgada para os parlamentares contrários a Bivar.
Ao fim da convenção, na porta do diretório nacional da legenda, o líder do PSL na Câmara, delegado Waldir (GO), afirmou que cinco deputados estavam suspensos das suas atividades parlamentares. Seriam eles: Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR), Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Carlos Jordy (RJ). “Eles têm o direito de resposta, mas a suspensão já começa imediatamente”, disse o deputado goiano.
Zambelli, a alguns metros de Waldir, disse não ter sido informada sobre a suspensão. “Eles estão mentindo ou para vocês ou para mim”, disse a jornalistas. Em seguida, foi questionar Waldir, que estava entrando em seu carro para ir embora do local.
“Você falou para a imprensa que eu fui suspensa, Waldir?”, perguntou Zambelli.
“Não. Existe um pedido da sua suspensão”, respondeu Waldir.
“Existe um pedido da suspensão, mas foi decidida minha suspensão?”, questionou Zambelli.
“A decisão é do presidente Rodrigo Maia”, afirmou Waldir, que, em seguida, fechou a porta do carro e foi embora.
Sem compreender, Zambelli afirmou: “alguém explica para mim?”.
Após o diálogo, a deputada comentou a possível suspensão. “Agora na saída eu soube pela imprensa que ele disse para vocês que eu tô suspensa. Não existe suspensão. Suspensão do quê? Da atividade parlamentar?”, disse.
Segundo ela, não se trata de uma suspensão, mas de uma cassação de mandato. “O que eles estão afirmando é que minha assinatura, meu voto não valeria mais, que está suspenso minha atividade parlamentar, ou seja, eles estão querendo me cassar, com a decisão monocrática do presidente Maia? não existe o que eles estão fazendo”, disse.
Saída do PSL
Zambelli afirmou que o partido ofereceu nesta sexta-feira um acordo para que os parlamentares insatisfeitos com a legenda deixem o partido sem perder o mandato. Os que optem por isso, no entanto, não teriam direito ao fundo partidário, ao fundo eleitoral e ao tempo de televisão.
Ela afirmou que aceitaria o acordo, mas que não quer sair do partido sozinha. Por isso, vai conversar com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e com outros parlamentares insatisfeitos. “A gente só vai tomar uma decisão se for em grupo, em conjunto e com o presidente Bolsonaro”, disse.
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