A saída de Wilson Ferreira Junior da presidência da Eletrobras, anunciada pela companhia nesse domingo (24), compromete o processo de privatização da estatal. A avaliação é do relator da proposta de desestatização no Senado, o líder do MDB, Eduardo Braga (AM). “Complica, porque o Wilson, além de ser um executivo competente, tinha boa articulação tanto no Senado quanto na Câmara. Além da credibilidade, que construiu ao longo dos anos dele na Eletrobras e na carreira, ele estava convencido de que era necessária uma nova modelagem para a privatização”, disse o senador ao Congresso em Foco Premium. “De certo modo, é um passo para trás”, completou.
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Grande parte dos senadores, sobretudo os das bancadas do Norte e Nordeste, são contra o modelo proposto pelo governo. Na avaliação deles, a estatal será vendida por preço ínfimo em uma transação que deverá trazer prejuízo para consumidores das duas regiões. Em comunicado de fato relevante, a Eletrobras afirma que Wilson renunciou à presidência por questões pessoais. No cargo desde 2016, ainda no governo Michel Temer, ele era o principal defensor da venda de ativos da companhia.
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Para Eduardo Braga, a privatização da Eletrobras não avança por falta de empenho do governo. “Agora, o candidato do governo à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco, diz que o assunto não é prioridade. A pessoa mais empenhada na privatização e na construção de uma fórmula da privatização joga toalha e sai da Eletrobras. Não se vê pronunciamento de ninguém do governo. Temos de perguntar para o governo, o presidente da República, o chefe da Casa Civil, o Paulo Guedes e o ministro de Minas e Energia se querem privatizar”, critica o relator no Senado.
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