O Banco Central (BC) emitiu, nessa segunda-feira (23), nota técnica em que analisa os mercados de apostas online no país e o perfil dos apostadores. Segundo o levantamento da autarquia, apenas em agosto, foram transferidos quase R$ 21 bilhões para sites de apostas. A análise foi solicitada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM).
Os resultados preliminares mostrados pelo BC revelam desafios como empresas cujos nomes não correspondem juridicamente ao divulgado nas mídias e empreendimentos que não estão restritos ao ramo das apostas. Em relação às transferências mensais, o estudo mostra que os valores variaram de R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões, sendo agosto o mês com maior valor registrado. 56 empresas somaram R$ 20,8 bilhões.
Leia também
A análise aponta que esses valores se referem a transferências brutas, isto é, estimativa do quanto foi apostado. De acordo com o BC, o valor retido pelas empresas e sites de apostas é estimado em 15% do montante. O restante do valor é repassado àqueles que ganharam as apostas.
Perfil do apostador
O Banco Central ainda aponta que cerca de 24 milhões de pessoas participaram de apostas online dentro do período analisado, janeiro a agosto. A estimativa surge a partir das transferências Pix aos sites. A faixa etária dos apostadores varia entre 20 e 30 anos.
Ainda em relação às faixas etárias, o estudo demonstra que o valor apostado varia de acordo com a idade. Os mais jovens têm média de gasto de R$ 100 por mês, enquanto os mais velhos – acima de 60 anos – gastam cerca de R$ 3.000 mensais. A média foi baseada nos números de agosto.
Outro fato que a pesquisa revela é que em agosto de 2024, 5 milhões de pessoas pertencentes a famílias beneficiárias do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões às empresas de aposta por meio de transferências Pix. A mediana, isto é, o número que mais apareceu entre as transferências, foi de R$ 100 por pessoa. O Banco Central calcula que 4 milhões dessas pessoas são os chefes de família, quem de fato recebe o benefício. Dos 3 bilhões transferidos por beneficiários do Bolsa Família, os chefes de família foram responsáveis por R$ 2 bilhões.