No meio da briga interna do PSL, uma mudança na composição da comissão especial que trata da reforma da previdência dos militares, demonstrou que os ânimos ainda estão longe de se acalmarem. O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL/GO), foi afastado da comissão.
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Segundo o líder do partido na Casa, Delegado Waldir (PSL/GO), a mudança faz parte de “uma adequação de membros”. “É de livre arbítrio do líder do partido fazer as indicações”, completou.
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Delegado Waldir afirmou ainda que Vitor Hugo não estava defendendo a base da marinha, exército e aeronáutica na comissão. “A gente trouxe esse apoio para que a readequação das forças armadas contemplem não apenas os generais, que merecem, mas para soldados, cabos e sargentos”, disse.
A argumentação de Waldir é muito semelhante com a feita pela oposição, que diz que da maneira que a reforma está sendo feita, está privilegiando as altas patentes. Segundo o relator do texto, deputado Vinicius Carvalho (Republicanos-SP), o texto está em total sintonia com o desejo da equipe econômica de Bolsonaro.
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Vitor Hugo afirmou no último dia 2 que reconhece os privilégios despendidos às mais altas patentes, mas justificou através de um critério de meritocracia e afirmou ser este o desejo do governo. “Houve uma preocupação do governo federal de fazer algo que fosse voltado para o privilégio do mérito, da meritocracia, da permanência dos militares nas forças e para privilegiar aqueles militares que têm um desempenho melhor na carreira”, justificou o líder do governo na Câmara. “Então aqueles militares que fazem cursos ao longo da carreira, tanto de formação, aperfeiçoamento, altos estudos 1 e 2, vão ter proporcionalmente um aumento maior”, explicou.
A retirada de um dos homens fortes do governo de um dos principais temas na Câmara, coloca em cheque o discurso de alguns membros do PSL que tentam afirmar não existir racha na sigla. A ala do partido que saiu em defesa de Jair Bolsonaro em meio à crise, está afastada dos cargos de comissões e isolada, não participando das atividades partidárias.
O líder do PSL no Senado, Major Olimpio (PSL/SP), afirmou nesta terça-feira (15) que deseja expulsar todos aqueles que causaram o racha partidário. Mas ele pode ser voto vencido dentro da sigla, pois segundo o líder da Câmara, não existe essa possibilidade de expulsão. Waldir afirma que os parlamentares sofrerão punições e quem optar por sair do partido, perderá o mandato.
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