Rafael Neves
especial para o Congresso em Foco
Com bancadas menores na Câmara e no Senado no ano que vem, o PSDB deverá iniciar 2019 sem compor formalmente o governo Bolsonaro, mas a princípio apoiará as pautas da situação. Segundo o líder tucano na Câmara, Nilson Leitão (PSDB-MT), a legenda não deseja entrar na máquina do Executivo, mas os congressistas deverão seguir Bolsonaro na maior parte das votações.
“O PSDB não deve participar do governo, com nenhum cargo, mas dentro do Congresso, aquilo que nós defendemos em campanha, no programa de reforma, nós temos que apoiar, por evidente. Ajudar o governo a ajudar o Brasil”, afirmou o deputado, que em outubro tentou uma vaga para o Senado e não conseguiu se eleger. Figuras que ganharam força no partido, como o governador eleito de São Paulo João Doria, apoiam Bolsonaro.
O partido se reúne com o presidente eleito nesta quarta-feira (05) às 16h30, em Brasília, com a estrutura fragilizada. Os tucanos elegeram 29 deputados (são 20 a menos do que os 49 que hoje atuam na Câmara) e a bancada no Senado também cairá: os atuais 12 membros serão reduzidos para 8. “O PSDB vai ter esse encontro de forma cordial, mas não está levando nada para o balcão, não leva nada à mesa para negociar”, garante Leitão.
Ex-líder da bandada ruralista, o tucano não enxerga nenhuma divergência relevante entre o PSDB e o futuro governo no momento. “Por enquanto vamos enxergar um pouco o governo, porque agora não teve nada palpável. Apenas coisas que estão sendo sondadas, comentadas, às vezes recua. Temos que dar um tempo”, diz o parlamentar.