Representantes do PSDB criticaram nesta segunda-feira (29) a declaração do presidente Jair Bolsonaro contra o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz.
Em entrevista no Palácio da Alvorada na manhã desta segunda-feira, Bolsonaro atacou Santa Cruz ao falar sobre seu pai desaparecido político no período da Ditadura Militar. “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade”, disse o político do PSL.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, classificou a declaração como “desrespeitosa, abusiva e lamentável” e disse que Bolsonaro não tem o poder de reescrever a história.
Uma declaração desrespeitosa, abusiva e lamentável. Um Líder pode até fazer história, mas não tem o poder de reescrevê-la.
— Bruno Araújo (@BrunoAraujo456) July 29, 2019
O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) também repudiou a fala do político do PSL. Cunha Lima é presidente do Instituto Teotônio Vilela, braço intelectual tucano responsável por formar novos líderes.
Que nojo https://t.co/d9WcHRp5ow
— Pedro Cunha Lima (@pedroocl) July 29, 2019
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lembrou em entrevista coletiva que seu pai foi um exilado político durante o período da ditadura militar:
“Eu sou filho de um deputado cassado pelo golpe de 64 e eu vivi o exílio com o meu pai que perdeu quase tudo na vida em dez anos de exílio pela ditadura militar. Inaceitável que o presidente da república se manifeste da forma como se manifestou em relação ao pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. Foi uma declaração infeliz do presidente Jair Bolsonaro.”, disse.
O pai do presidente da OAB, Fernando Santa Cruz, era integrante do grupo Ação Popular, que era contra o o governo militar. Ele foi preso em 1974 e desapareceu desde essa data.
O senador José Serra (PSDB-SP) também participou do Ação Popular.