O governo de Jair Bolsonaro vai fazer um “pente fino” em todos os conselhos que atuam na administração pública, rever contratos de locação da União, revisar as liberações de recursos e as exonerações em cada pasta e vender imóveis federais. Essas foram algumas decisões tomadas na primeira reunião do presidente Jair Bolsonaro com o seu ministério, que durou cerca de 3 horas. O anúncio das medidas foi feito pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Segundo Onyx, os ministros devem organizar, nos próximos dias, relatórios e apresentar as medidas que pretendem tomar inicialmente. O próximo encontro do presidente com seu primeiro escalão está previsto para a próxima terça-feira (3). Entre eles, apenas Roberto Campos Neto, indicado para a presidência do Banco Central, ainda não tomou posse, já que sua indicação precisa ser aprovada pelo Congresso em fevereiro.
“Caça às bruxas”
De acordo com Onyx, Bolsonaro autorizou todos os ministros a exonerarem os funcionários de suas pastas. Questionado se no processo de demissão e recontratação dos funcionários haverá uma “caça às bruxas” ideológica, o ministro afirmou que não há razão para manter pessoas que não estão alinhadas ao projeto do novo governo. Mesmo assim, o preenchimento dos cargos de segundo e terceiro escalões seguirá “critérios técnicos”, declarou.
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O ministro disse ainda que a equipe de transição identificou movimentações incomuns em contratações, exonerações e liberação de recursos financeiros para as pastas nos últimos 30 dias da gestão de Michel Temer, atos que devem ser revistos nos próximos dias.
O relatório de medidas que os ministros terão de apresentar na próxima semana também deve incluir o levantamento dos imóveis ligados a cada órgão. Onyx disse que cerca de 700 mil imóveis próprios da União espalhados pelo país deverão ter seu uso “racionalizado” e alguns serão vendidos. Para facilitar a venda, o governo pretende reunir nas capitais as estruturas dos ministérios nos estados.
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Reforma da Previdência
Onyx não quis adiantar pontos da reforma da Previdência, proposta considerada prioritária pelo novo governo. Segundo ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai apresentar suas sugestões para o Conselho de Governo amanhã ou no início da próxima semana. O ministro da Casa Civil não respondeu se há consenso sobre a idade mínima para aposentadoria. “Vamos fazer a reforma da Previdência. Ponto”, limitou-se a dizer.
Ele também foi breve em relação à disputa da presidência da Câmara. O PSL, partido do presidente, fechou apoio a Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tentará a reeleição para comandar a Casa. Onyx reforçou o que disse ontem ao assumir sua pasta: que Bolsonaro surpreenderá pela capacidade de diálogo com o Congresso e não se envolverá nas disputas pelas presidências da Câmara e do Senado.