O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, aceitou negociar com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) a possibilidade de um reajuste salarial para a categoria. A exigência ganhou força após a aprovação do Orçamento público de 2022, que prevê aumentos apenas para policiais federais. A esperança do sindicato é de que Campos Neto possa servir de ponte em diálogo com o Governo Federal.
O agendamento da reunião com Campos Neto, prevista para acontecer no dia 11, é a primeira resposta recebida pelo Sinal pelo governo desde a aprovação do Orçamento, no último dia 21. De acordo com Fábio Faiad, presidente do sindicato, a pauta da reunião inclui tanto a questão dos reajustes salariais quanto a reestruturação da carreira de servidor público do BC, cujo modelo atual o Sinal considera que está desatualizado em relação à legislação.
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Faiad afirma ter esperanças de que, com a reunião, a categoria consiga avançar na busca por uma alternativa para solucionar o congelamento salarial dos servidores do BC, defasado desde 2017. O encontro, porém, dificilmente resultará em uma solução definitiva. “Caso não tenhamos uma melhora no cenário após a reunião, isso fortalecerá ainda mais a mobilização prevista para o dia 18, que está mantida”, ressaltou.
Os próximos passos do sindicato nas negociações se darão após a manifestação do dia 18, prevista para receber diversas entidades sindicais em frente ao Banco Central e ao Ministério da Economia. “Torcemos para que não haja a necessidade de mais nada. (…) Caso contrário, há possibilidade de a partir dos dias 19 e 20 a gente começar a organizar uma greve para o início de fevereiro”, alertou Faiad.
Diferentemente das demais entidades sindicais do serviço público com greve já deflagrada (Auditores da Receita e auditores fiscais agropecuários), uma eventual greve do BC se daria não por meio de redução de metas e estabelecimento de operações-padrão, mas sim por meio da paralisação completa dos servidores. “Vai ser uma greve clássica no sentido de os funcionários não irem ao banco, desligarem os sistemas e não trabalharem”, explicou o líder sindical.
Segundo Faiad, apesar da elevada adesão sindical para uma eventual greve, esta não é vista pelo sindicato como a solução ideal para negociar com o governo. “Ninguém gostaria de chegar nesse ponto. Ninguém faz uma mobilização e uma greve porque quer, é porque o governo não nos recebe. Seria melhor que houvesse um canal permanente de negociação. Só estamos trazendo a situação a esse nível porque não está havendo diálogo”, declarou.
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