Após ter seu “pedido de demissão” anunciado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alex Carreiro, trabalhou normalmente no órgão nesta quinta-feira (10).
Ontem à noite (quarta, 9), o ministro afirmou, em sua conta no Twitter, que Carreiro tinha pedido demissão do cargo. Hoje, a revista digital Crusoé revelou, por meio de uma troca de mensagens entre os dois, que Ernesto forçou a demissão de Carreiro. Segundo o presidente da Apex, o ministro não tem poder para demiti-lo. Essa decisão, segundo ele, só pode ser tomada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em nota, a agência afirma que Carreiro foi nomeado pelo presidente e que cumpriu normalmente sua agenda durante o dia, que incluía despachos internos e audiências com autoridades de Estado.
A nomeação de Carreiro para comandar a Apex era criticada por diplomatas do Itamaraty, que questionavam o seu pouco conhecimento da língua inglesa e a falta de experiência para exercer o cargo.
Demissão forçada
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O diálogo obtido pela Crusoé registra que minutos antes de tornar pública a saída Carreiro, por volta das 20h, o chanceler enviou a seguinte mensagem pelo celular para ele: “Caro Alex, estou sendo cobrado. Preciso anunciar agora. Colocarei em termos de seu pedido de saída. Assinei a indicação do seu sucessor”. A mensagem contradiz o que o próprio ministro anunciou ontem:
O Sr. Alex Carreiro pediu-me o encerramento de suas funções como Presidente da APEX. Agradeço sua importante contribuição na transição e no início do governo. Levei ao PR Bolsonaro o nome do Emb. Mario Vilalva, com ampla experiência em promoção de exportações, para Pres. da APEX. pic.twitter.com/e15qc5BAaa
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) 9 de janeiro de 2019
Carreiro responde o chanceler após a publicação do tuíte sobre sua saída: “Ministro, não formalizei qualquer pedido”.
Mensagens mostram que, ao contrário do que divulgou, ministro forçou saída do presidente da Apex