O presidente Jair Bolsonaro fará uma reunião com ministros e auxiliares para tentar encontrar uma saída para a disparada no preço dos combustíveis. A crise, que já afeta os bolsos dos brasileiros há algum tempo, foi agravada ainda mais com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. As decisões tomadas na terça-feira (8) tanto pelos países do bloco ocidental quanto pela própria Rússia no sentido de reduzir a compra de produtos russos – entre eles gás e derivados de petróleo – deve fazer o preço subir ainda mais. Na terça-feira (8), o preço do barril de petróleo Brent fechou o dia a US$ 127,98 o barril, alta de 3,9%. Desde o início dos conflitos na Europa, o preço já aumentou mais de 30%.
A reunião começa às 11h no Palácio do Planalto. De acordo com a agenda divulgada, estarão presentes, além de Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; o ministro da Economia, Paulo Guedes; o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
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À tarde, o Senado deve começar a votar o PLP 11/2020 e o PL 1472/0221, que visam tentar conter a alta nos preços. Os dois projetos são relatados pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN). Até a semana passada, o governo resistia aos dois projetos. Mas como são as saídas mais imediatas para dar uma resposta à crise, já aceita a sua aprovação.
Ontem, em almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, as chances de aprovação dos dois projetos foram avaliadas. O Congresso em Foco acompanhou o almoço. Os parlamentares já não têm muitas dúvidas quanto à aprovação do PLP 11, que estabelece uma alíquota única para a cobrança do ICMS, à qual os estados poderiam aderir imediatamente ou numa transição até o final do ano. Mas ainda tinham dúvidas quanto ao PL 1472, que cria um fundo de estabilização que seria acionado para subsidiar o preço dos combustíveis em momentos de alta maior. O agravamento da crise, porém, poderá fazer com que os dois projetos acabem aprovados.
Na terça-feira (8), chegou-se a especular que o governo poderia partir para uma solução mais drástica, falando-se até em congelamento de preços enquanto perdurassem os efeitos da guerra no Leste Europeu. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que tal ideia está descartada. O que alguns avaliam é que poderá haver alguma medida tributária mais forte mesmo que a prevista nos projetos em tramitação no Senado. O deputado Christino Áureo (PP-RJ), que estava no almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, é autor de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que autoriza a União, os estados e municípios a reduzir, e até retirar, a cobrança de impostos sobre combustíveis em caráter temporário pelos anos de 2022 e 2023.
PublicidadeAlém da reunião para discutir a crise dos combustíveis, Bolsonaro despacha, às 15h30, com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.