Nesta semana uma conversa com um amigo que trabalha em outra área me provocou algumas reflexões e me inspirou a compartilhar algumas delas.
A principal questão era se nós, lobistas, deveríamos fazer divulgação e dar publicidade aos nossos trabalhos de ações. A pergunta tinha uma razão de ser, pois sendo, à princípio, o lobby um trabalho de bastidores não deveria ser divulgado.
Minhas considerações foram no seguinte sentido. Primeiramente, participação social no processo de definição de políticas públicas faz parte de democracias desenvolvidas e maduras. Torna as políticas públicas muito mais equilibradas e efetivas. Essa participação traz ganhos de conteúdo, uma vez que o conhecimento que os decisores acabam recebendo sobre os temas em discussão ficam muito mais ricos com a participação de especialistas em relações governamentais.
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Por outro lado, o trabalho de relações governamentais não se restringe aos bastidores. Antes de chegar ao momento da interlocução com os decisores, há um longo caminho de monitoramento, inteligência, análise, estratégia e comunicação que é percorrido. É um trabalho que, além de extremamente técnico, é também realizado sob a luz e obedece diversas normativas nacionais e internacionais de conformidade.
Contudo, infelizmente, essa atividade herdou um estigma muito grande. Sabemos que existem muitos folclores a respeito, mas não vamos negar que alguns malfeitos e atitudes antidemocráticas aqui e fora deixaram lanchas difíceis de esquecer. Mas não se julga o todo pela parte, nem se joga fora a água da bacia com a criança dentro.
E justamente por carregarmos esse fardo é que acredito que o departamento de relações governamentais tem que ser o mais transparente de todos. Sendo uma atividade lícita, essencial à democracia e acessória à do decisor público, temos mais é que escancarar, dar visibilidade e mostrar como o lobby traz ganhos sociais e transforma a vida das pessoas.
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