Contratos do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, feitos por militares indicados pelo então ministro Eduardo Pazuello e focando a reforma de prédios administrativos, contam com indícios de fraude milionárias.
A investigação, publicada nesta terça-feira (18) pelo Jornal Nacional, da TV Globo, deve aumentar a pressão sobre o depoimento do general da ativa à CPI da Covid, nesta quarta-feira (19).
O jornal indica que, durante o ano de 2020 e enquanto Pazuello comandava a pasta, o coronel da reserva George Divério teria buscado fazer duas reformas de prédios administrativos do Ministério da Saúde. Ele alegou que as reformas eram urgentes, conseguindo, assim, dispensa de licitação.
Os contratos somaram quase R$30 milhões e foram firmados junto a empresas que já haviam sido contratadas em outros certames conduzidos por Divério, ou com grupos cujos sócios estariam inidôneos perante à União, isto é, impossibilitados de participar de licitações por questões jurídicas.
Entre as reformas, estaria a troca das cadeiras do auditório do Ministério, ao custo de R$2.800 cada poltrona. Isso ocorreu durante a pandemia que, além do alto número de mortos registrado no Rio de Janeiro, inviabilizou qualquer evento com platéia. Apesar de a Advocacia-Geral da União (AGU) reconhecer a necessidade de reforma nos aparelhos públicos, a urgência dos contratos sem licitação não foi aceita.
Ao Jornal Nacional, a Superintendência do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro disse que agiu dentro da normalidade e os processos anulados foram encaminhados à Corregedoria do Ministério.
Já na quarta-feira, em resposta a esta reportagem, o Ministério da Saúde disse que vai apurar os fatos citados na matéria do Jornal Nacional. “Caso haja indícios de irregularidade, o Ministério da Saúde tomará as medidas cabíveis e encaminhará o assunto para as demais instâncias competentes”, explicou.
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