Cinco partidos – Rede Sustentabilidade, PV, PSB, PDT e Cidadania – organizam um ato virtual intitulado “Janelas pela Democracia: Impeachment Já”, que visa reunir manifestações populares pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. As cinco siglas já ingressaram na Câmara dos Deputados com denúncias por crime de responsabilidade contra o presidente.
> Exclusivo: a íntegra de todos os pedidos de impeachment contra Bolsonaro
O ato ocorrerá nos ambientes da web e nas janelas espalhadas pelo Brasil na próxima terça-feira (19), a partir das 18h30, com transmissão pelas redes sociais dos organizadores. Além das lideranças políticas, a manifestação também contará com a participação de artistas, intelectuais e organizações da sociedade civil.
> Oposição pede CPI para apurar denúncias e cassação de Flávio Bolsonaro
Segundo o porta-voz nacional da Rede, Pedro Ivo, a ideia do ato surgiu da necessidade de combater condutas ilegais assumidas pelo Presidente da República, que podem ser enquadradas como crime de responsabilidade e passíveis de impeachment. “Como nós não podemos ir para a rua porque respeitamos as orientações da Organização Mundial da Saúde e dos especialistas da medicina e da ciência, nós resolvemos fazer essa manifestação virtual”, disse ele.
Neste domingo (17), o presidente provocou nova aglomeração ao incentivar e participar de ato em defesa de seu governo, ao lado de ministros de Estado. Foi a 63ª violação ao isolamento social, segundo levantamento do UOL.
PublicidadeAlém da transmissão virtual, o ato “Janelas pela Democracia” vai incentivar que a população se manifeste pelas janelas, através de panelaços, apitos e instrumentos musicais. Também será incentivado o uso de roupas verde e amarelas, símbolo pátrio que os organizadores consideram que foi apropriado pelo bolsonarismo.
“Está na hora de esquecer nossas diferenças e se unir pelo Brasil. Está muito clara a distância do presidente da realidade do país. Por isso sou favorável impeachment”, diz o ator Marcos Palmeira em vídeo enviado à organização.
“Precisamos defender a democracia, a vida, a finidade humana. O impeachement é um ato democrático de legítima defesa”, afirma Marina Silva.
Frente ampla
A ideia, segundo o porta-voz da Rede, é que o ato seja capaz de reunir todos os partidos que são favoráveis ao impeachment do presidente Bolsonaro numa frente ampla, sem diferenciação entre os partidos de esquerda e direita. “Para votar [pedido de impeachment] no Congresso Nacional precisa de maioria. Então, só partidos de oposição não são suficientes”, afirmou Pedro Ivo ao Congresso em Foco.
Maior partido da oposição, até poucos dias, o PT ainda não havia firmado posição em prol do impeachment. Mas na última sexta (15), a presidente nacional da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR), anunciou que a Executiva partidária decidiu apresentar um pedido de impeachment e fará campanha pelo “Fora, Bolsonaro”.
> Bolsonaro junta ministros em ato pró-governo, na 63ª violação a isolamento