Depois de uma onda de terrorismo no Centro de Brasília, seguida menos de um mês depois de uma tentativa de atentado terrorista, a segurança de Lula (PT) e da plateia em sua cerimônia de posse se tornou motivo de preocupação por uma parcela de seus apoiadores. Alexandre Padilha, seu futuro ministro das Relações Institucionais, se pronunciou sobre isso a caminho do gabinete de transição, e assegurou que a segurança não será um problema no dia.
“As autoridades do governo do DF têm a responsabilidade da segurança no território de Brasília, na capital do país, que está se preparando de forma muito organizada para essa festa simbólica, internacional, popular, muito forte. Vão tomar todas as medidas necessárias para esses preparativos”, garantiu. Padilha acrescenta que a situação da segurança da cidade vem sendo acompanhada de perto pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, bem como pela sua equipe.
Violência já era esperada
O futuro ministro acrescenta que ações violentas por parte dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) já eram esperadas por parte da equipe de transição. “O alerta em relação à posse vem desde o começo, quando ganhamos as eleições. O atual presidente da República, de postura antidemocrática, (…) incitou hordas bolsonaristas a tentarem fazer algum tipo de reação, a desrespeitar a Constituição e as eleições, que transformaram essas frentes de quartéis em verdadeiras incubadoras de atos violentos, atos que tentam desrespeitar a democracia”, explicou.
Até o momento, ao menos duas pessoas já foram identificadas por envolvimento no ato terrorista do último dia 24, no aeroporto de Brasília: o empresário George Washington de Oliveira, que trouxe bombas de dinamite e um arsenal de guerra do Pará, e que se encontra em prisão preventiva; e seu comparsa Alan Diego dos Santos Rodrigues, taxista que levou a bomba até o local, agora foragido. A Polícia Federal também abriu um inquérito para investigar os envolvidos na onda de terrorismo na cidade na noite do dia 12.
Além de Lula, as forças policiais terão de garantir a proteção de outros 30 chefes de governo que confirmaram presença na posse: entre eles, o primeiro-ministro da Alemanha Olaf Scholz; o presidente da França, Emmanuel Macron, e uma comitiva do governo dos Estados Unidos coordenada por Deb Haaland, secretária do Departamento do Interior (equivalente ao Ministério do Desenvolvimento Regional no Brasil).