Em suas redes sociais, o senador Sergio Moro (União-PR) se pronunciou sobre a alegação do presidente Lula de que a operação da Polícia Federal que desbaratou um plano do Primeiro Comando Capital (PCC) de sequestrá-lo seria uma armação. O parlamentar repudiou a fala do presidente, questionou o que deseja para seu desejo e se Lula “tem ou não tem decência”. As declarações foram nesta quinta-feira (23).
“Hoje foi surpreendido com a fala do presidente da república, que simplesmente riu das ameaças à minha família e chegou a sugerir que poderia ser uma armação da minha parte. (…) Se o presidente não tem nenhum apreço por mim, pela vida humana, peço ao menos que respeite a minha família, peço que respeite o trabalho que a Polícia Federal está realizando”, declarou Moro.
O senador também questiona a Lula, diante da situação enfrentada diante da facção criminosa, “se o senhor não tem decência”. Afirmou também que o presidente precisa refletir sobre os caminhos de seu governo, “se o senhor quer transformar o seu governo realmente em um ato de vingança contra mim e contra a população brasileira ou se o senhor vai de fato governar pelo bem do país”.
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Troca de farpas
A troca de farpas entre Lula e Moro começou um dia antes da operação contra o PCC. Em entrevista ao Brasil 247, Lula relembrou o período em que esteve preso em decorrência da Operação Lava Jato, período em que afirmou que não estaria bem enquanto não pudesse “foder com o Moro”. A fala foi amplamente criticada pela oposição, afirmando que Lula atuaria de forma vingativa em sua função.
No dia seguinte, desmantelada o plano de sequestro a Moro, deputados da oposição aproveitaram a oportunidade para associar o governo ao PCC. Lula não se pronunciou, mas o ministro da Justiça, Flávio Dino, repudiou a associação, ressaltando que o senador estava protegido pela Polícia Federal, que atuou em sua defesa mesmo se tratando de um adversário do governo.
Lula, porém, desconfia de Moro ao tratar da operação. O presidente aponta para o fato dos mandados de prisão terem sido de autoria da juíza Gabriela Hardt, aliada de Moro que assumiu seu lugar na condução dos processos da Operação Lava Jato em 2019, criando inimizade com Lula.
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