Dia desses o palhaço do presidente saiu do Palácio do Alvorada e deu banana para a imprensa. Ele sabe que se fizer piada da cara dos brasileiros sempre terá uma claque, cega, surda, mas não muda, pelo contrário, deveras barulhenta para aplaudir seus devaneios.
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O palhaço do presidente sabe que ao menos 30% da população gosta de um imitadorzinho de ditador. Ele sabe que a claque vota em quem acredita que estupro é questão de merecimento da vítima. A claque gosta de quem fala em metralhar a petralhada e que índio no Brasil não é gente, e ele sabe disso.
O palhaço do presidente é meio tosco, meio desprestigiado no meio em que atua há anos, mas ele sabe que o parte da população também é assim, e como ele, gosta de “piadas” machistas, racistas, xenofóbicas e acima de tudo, agressivas.
O palhaço do presidente tem um gosto estranho para escolher quem o acompanha. Cercado de incompetentes, ele se equilibra entre uma popularidade no meio de um público carente de referências culturais e o flerte constante com o autoritarismo.
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O palhaço do presidente sabe que o povo fingiu se importar com a corrupção e que no fundo, o motivo que elegeu Bolsonaro foi justamente ele representar o lado sombrio de muitos brasileiros que puderam sair do armário com todo o seu ódio e rancor.
O palhaço do presidente sabe que a claque não liga para a corrupção dos ministros, secretários e filhos. Ele sabe que os seguidores não se importam com a ligação da família Bolsonaro com a milícia carioca. O palhaço não quer falar do micro PIB, por não entender do assunto e por saber que seu governo só demonstrou incompetência até aqui.
O palhaço do presidente pode fazer piada da desgraça do povo, mas o presidente não deveria.
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