Em agenda internacional desde o início da semana passada, o presidente Lula (PT) defendeu neste domingo (16) a criação de um “G20 pela paz”, um grupo político-econômico para debater questões como guerras, violência e taxas de juros. A fala foi feita em entrevista coletiva nos Emirados Árabes Unidos, antes de Lula retornar para o Brasil.
“Todo mundo sabe que eu já propus a criação de uma espécie de G20 pela paz. Quando houve a crise econômica de 2008, rapidamente nós criamos o G20 para tentar salvar a economia. Agora é importante criar um outro G20 para acabar com a guerra e estabelecer a paz”, disse o presidente, durante coletiva em Abu Dhabi.
O G20 é composto pelos representantes das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Segundo Lula, o grupo poderia estar se reunindo para “discutir a questão da inflação, taxa de juros, violência, que é grave em muitos países do mundo”.
“Nós estamos tentando construir um grupo de países que não tem nenhum envolvimento com a guerra, que não quer a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]. Nós precisamos convencer as pessoas que a paz é a melhor forma de estabelecer qualquer processo de conversação”, defendeu.
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Lula apontou que os Estados Unidos e a Europa acabam contribuindo para a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e destacou que nem o presidente russo, Vladimir Putin, e nem o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tomam iniciativas para encerrar o conflito. “A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra. A paz está muito difícil”, pontuou Lula.
Acordos comerciais
Nos Emirados Árabes, Lula assinou uma série de acordos de cooperação em áreas como comércio, esporte e inteligência artificial juntamente com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan. “A parceria entre nossos países está amparada em ricas conexões nas mais diversas áreas, traduzida nos números expressivos do nosso comércio, na cooperação em esportes e em inteligência artificial”, disse o presidente nesse sábado (15).
Na China, o presidente firmou 15 acordos em áreas como energias renováveis, comunicação, indústria automotiva, agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura. Lula também se encontrou com o presidente do país asiático, Xi Jinping.