Um dos principais porta-vozes dos militares no Congresso, o deputado General Petternelli (PSL-SP) lamentou a saída do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Para Petternelli, uma troca no comando do ministério representa uma “descontinuidade nas atividades”. “Estamos na hora de buscar uma solução para a pandemia e o desemprego. Tem muita gente passando fome, muita gente não está levando comida para casa e as Forças Armadas não terão espaço para que prospere uma situação de radicalismo. Desconheço as razões [da demissão]. Só tenho a lastimar porque, na minha opinião, ele foi um bom ministro da Defesa”, disse o deputado ao Congresso em Foco.
Petternelli rechaçou a possibilidade de haver alguma ligação entre a demissão do ministro e eventuais manobras militares às vésperas dos 57 anos do golpe militar de 1964. “O Exército não deixará seu caráter institucional porque é uma instituição de Estado e assim continuará a ser”, ressaltou o deputado general. Parlamentares e forças ligadas ao presidente Jair Bolsonaro incentivaram, nesta segunda-feira, um motim em resposta à morte de um policial militar da Bahia por seus próprios colegas ontem como forma de reagir às decisões dos governos estaduais de restringir atividades comerciais e a circulação de pessoas por causa da pandemia.
Segundo o colunista Lauro Jardim, o general Azevedo e Silva foi demitido por Bolsonaro após três minutos de conversa no início desta tarde no Palácio do Planalto. A demissão, de acordo com ele, foi provocada após meses de desacertos entre o ministro e o presidente, um processo intensificado pela recusa de Azevedo e Silva em demitir o comandante do Exército, general Edson Pujol, defensor de uma postura de independência das Forças Armadas em relação ao governo.
Em Brasília também corre a informação de que Bolsonaro pretende remanejar para a Defesa um dos generais que ocupam cadeira de ministro no Planalto, como Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Braga Neto (Casa Civil), abrindo vaga para a indicação de algum parlamentar do Centrão.
Após Ernesto Araújo, Azevedo e Silva deixa o governo