O Ministério Público de São Paulo pediu ao Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) – vinculado à Polícia Civil – a instauração de inquérito para averiguar suposto crime de injúria racial, que teria sido cometido pelo pré-candidato do PDT à Presidência da República, o ex-ministro Ciro Gomes contra o vereador de São Paulo Fernando Holiday,
O pedido foi enviado no último dia 12. Até o momento, o inquérito não foi aberto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Ciro chamou Holiday, que é negro, de “capitãozinho do mato” em entrevista concedida à rádio Jovem Pan. Ele deu a declaração ao comentar a hipótese de aliança com o DEM, com quem disse ter profundas divergências. O vereador é um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL).
“Esse Fernando Holiday é um capitãozinho do mato. Porque a pior coisa que tem é um negro usado, pelo preconceito, para estigmatizar”, disse o presidenciável.
“Capitão do mato” era como eram chamados os responsáveis por capturar escravos que fugiam de fazendas. Muitos eram negros libertos.
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Holiday entrou com uma ação própria para processar o presidenciável. A primeira audiência sobre o caso, segundo o vereador, está marcada para agosto.
Em um evento, em junho, Ciro respondeu a questionamentos sobre o uso do termo “capitão do mato”. “Capitão do mato, aqui, é uma metáfora segura que eu tenho que ele faz esse papel em pleno século 21”, disse.
Eu ouvi muito bem o que ele falou e não foi preconceituoso. Ele fez uma crítica bastante coerente ao comportamento dessa criatura do MBL. Não foi um comentário racista
Triste que, movida por fanatismo político, relativize uma fala absurda como essa. A justiça dirá se Ciro praticou racismo.
Eu não estou movida por fanatismo político, querido. Essa sua interpretação não condiz comigo. Entenda a metáfora do que Ciro quis dizer com “capitão do mato” para uma pessoa negra que envergonha a todos nós que temos o mínimo de coerência.
Ciro é um radical, assim como seus seguidores. Sinto muito que não perceba estar envolvida nesse fanatismo político, mas escancaradamente está aos olhos de todos.
Não há o que relativizar nesse caso. Chamar um negro de “capitão do mato”, em pleno século XXI, é um absurdo sob qualquer pretexto. Se foi tecnicamente racismo ou não, isto é algo que a justiça dirá.
Ciro não chamou simplesmente o demagogo de capitão do mato; tudo foi dito num contexto no qual Ciro opinou achar que esse indivíduo faz o mesmo papel hoje em nossa sociedade que os negros faziam quando trabalhavam como capitães do mato, prendendo, massacrando e perseguindo negros. Você não consegue entender por limitações intelectuais? Desculpe, mas perdi a paciência porque sua visão é muito limitada
Todo mundo entendeu o contexto da frase do Ciro. Algo do tipo: um negro que faz o serviço dos brancos, alguém que trai a própria raça.
A limitação está em você não enxergar o teor racista da manifestação. Imagine se um político de direita se referisse a um negro fazendo alusão a uma figura odiada na história negra, própria da escravidão? Qual seria sua reação? Ou racismo é só quando convém? Você defende valores ou pessoas? Imagine se o Bolsonaro chamasse qualquer negro de capitão do mato? Qual seria sua reação?
Não é “algo do tipo”, é EXATAMENTE isso, falta a Fernandinho MBL empatia com aqueles, que negros como ele, são tratados de forma desrespeitosa, vil e violenta, pior ainda, falando contra eles, quando nega as razões de suas lutas.
É simples assim!
E, deveria, ser CHOCANTE assim, esse comportamento.
Capitão do Mato, sim.
E pela retórica por ele utilizada, com muito orgulho, parece, em que pese o chororô de agora.
É até engraçado!
Ante ao fato, puro e simples, de que Fernandinho MBL usa de ataques canalhas, portanto diferente apenas no “modus operandi” em si (já que não lhe é mais possível armas e chibata, como no período escravista brasileiro), para agredir àqueles que lhe são iguais na cor da pele, às vezes com um requinte de crueldade verbal que em muito se assemelha com as chibatadas.
Nestes tempos de sistema judicial pautado por ideologia política, ao invés da necessária e obrigatória tecnicidade, cabe ficar atento aos movimentos do MP paulista, afinal no estado se encontra o núcleo intelectual do conservadorismo brasileiro.
Absurdo é ver seguidores cegos de Ciro endossando uma fala obviamente preconceituosa. Então quer dizer que, por que desgosta de Ferando Holiday, aceita que ele seja vítima de racismo? E o que dizer de o Ciro ter chamado a promotora que instaurou a investigação de “fdp”? Será que ele tem equilíbrio emocional para exercer a presidência, se já demonstra tamanha instabilidade, autoritarismo e grosseria quando é um mero candidato?
Teu discurso sim é absurdo, Fábio.
Não há na vinculação da figura do Capitão do Mato a Fernandinho MBL, por seu comportamento asqueroso, inclusive para com os seus “irmãos de cor”, qualquer ofensa ou racismo.
Ele AGE como tal, quando se posiciona contra os movimentos sociais que buscam a inclusão de negros, pobres e periféricos, de onde ele saiu, assim também, quando vai “fiscalizar” escolas com discursos ameaçadores, etc.
Pra quem adora dizer que não quer privilégios, esse coitadismo não cabe, menos ainda a farsesca pretensão a uma proteção jurídica que não existe, já que a mera comparação comportamental de sujeitos não constitui crime.
Quanto ao Ciro, como qualquer ser humano, tem lá seus momentos de indignação, tal como tu aqui e agora.
Isso, para mim, não teria nenhum problema, se estes rompantes ocorrerem pelas razões que vi e vejo ocorrer por parte dele, nas circunstâncias faria a mesma coisa.
O que é pior nesse país é a elite esquerdista.
Vc acha? Nossa, então vc sabe nada sobre as maldades da elite de direita!