O Ministério da Educação (MEC) começou a exonerar ou mudar de lugar ex-alunos do escritor Olavo de Carvalho, influenciador dos filhos e outros seguidores do presidente Jair Bolsonaro, segundo a Folha de S.Paulo. O movimento do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, também uma indicação do professor, teve início após postagens do próprio Olavo em suas redes sociais com orientações para que seus ex-alunos deixassem o governo.
“Jamais gostei da ideia de meus alunos ocuparem cargos no governo, mas, como eles se entusiasmaram com a ascensão do Bolsonaro e imaginaram que em determinados postos poderiam fazer algo de bom pelo país, achei cruel destruir essa ilusão num primeiro momento”, escreveu o escritor no Twitter.
E continuou: “Mas agora já não posso me calar mais. Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo – umas poucas dezenas, creio eu – deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos”.
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Na publicação ele diz que a equipe de Bolsonaro está cheia de inimigos do próprio presidente e do povo. “O presente governo está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo, e andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles.”
De saída
De acordo com a Folha de S.Paulo, um dos exonerados será o chefe de gabinete do ministério, o advogado Tiago Tondinelli. Segundo o jornal, ele era, até o momento, uma das pessoas mais próximas do ministro Vélez.
PublicidadeA Folha de S.Paulo destacou a postagem no Facebook do assessor especial do ministro Silvio Grimaldo de Camargo, na qual ele afirma que o MEC faz um “expurgo” de ex-alunos de Olavo. “O expurgo de alunos do Olavo de Carvalho do MEC é a maior traição dentro do governo Bolsonaro que se viu até agora. Nem as trairagens do [vice-presidente Hamilton] Mourão ou do [ex-ministro Gustavo] Bebiano chegaram a esse nível”.
De acordo com a coluna BR18, do portal Estadão, quatro exonerações de pessoas consideradas ex-alunas de Olavo já foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (7): Ayrton Pereira Rippel (assessor e chefe de gabinete do ministro), Almeida Morais (assessor executivo), Flávio Pereira de Souza (assessor executivo), e Osmar Bernardes (assessor executivo).
Conforme o Estadão, o motivo dos afastamentos é a carta sobre o Hino Nacional enviada Às escolas pelo ministro Ricardo Vélez, motivo de mais uma crise no governo, ideia de olavistas não compartilhada com o alto escalão do ministério, onde há também militares ocupando cargos importantes.
As publicações mencionam outros nomes cuja transferência dos cargos têm sido ventilada, mas sem confirmação. O MEC ainda não se manifestou a respeito.
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