A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças do Clima, Marina Silva, alertou que os incêndios atuais no Pantanal são agravados pelos extremos climáticos e também por ações criminosas. “Estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal. Toda a bacia do Paraguai está em escassez hídrica severa”, afirmou.
Marina explicou que o período de estiagem na região, no intervalo entre os fenômenos El Niño e El Niña, trouxe uma quantidade exacerbada de matéria orgânica em ponto de combustão, gerando incêndios fora do comum ao que já ocorria nesta mesma época no passado.
Segundo ela, o Ministério do Meio Ambiente se preparava para essa situação desde outubro do ano passado, decretando situação de emergência e contratando profissionais qualificados. São 175 brigadistas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 40 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e 53 bombeiros combatentes da Marinha, além de bombeiros locais.
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“Pela primeira vez, houve um plano de enfrentamento a incêndio no Pantanal. Nós fazemos política pública com base em evidência. Já sabíamos que este ano seria severo”, disse a ministra.
A seca na região é parte da pior estiagem dos últimos 70 anos, que, segundo Marina, se agrava devido aos incêndios causados por ação humana no Pantanal. De acordo com ela, mais de 80% dessas queimadas ocorrem em propriedades particulares. “O que nós temos é um esgarçamento de um problema climático que vocês viram acontecer com chuvas no Rio Grande do Sul. Nós sabíamos que iria acontecer com seca envolvendo a Amazônia e o Pantanal. Nesse período, não há incêndio por raio. O que está acontecendo é por ação humana”, ressaltou.
A ministra do Meio Ambiente disse que existe um pacto de proibição definitiva de fogo em pastagens nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul até o final do ano. Marina ainda salientou a urgência de aprovação pelo Congresso Nacional da Lei do Manejo Integrado do Fogo e lamentou a não aprovação da medida. “Gostaríamos muito de que fosse aprovado nesse momento em caráter emergencial”, destacou. (Com informações da Agência Brasil)