Um dos principais apoiadores da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República, o pastor Silas Malafaia censurou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por ter dito que tem “vergonha” dos brasileiros que vivem ilegalmente fora do país. Para Malafaia, Eduardo ajudaria muito mais o governo do pai se mantivesse a “boca fechada” e parasse de “falar asneira”.
O FILHO DO PRESIDENTE, Eduardo Bolsonaro, ajudaria muito mais ao governo do seu pai, parando de falar asneira. Poderia ter ficado de boca fechada na questão dos imigrantes ilegais brasileiros. Não conhece a realidade da questão. A maioria, quase q absoluta , vai para trabalhar
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) 18 de março de 2019
EU SOU EXATAMENTE AO CONTRÁRIO DO QUE PENSA EDUARDO BOLSOBARO > Não tenho vergonha dos brasileiros ilegais q estão em diversas nações poderosas. Ñ são vagabundos nem pilantras, pelo contrário, trabalhadores q foram tentar a vida fugindo do desemprego.ISSO É A MAIORIA DELES!
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Publicidade— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) 18 de março de 2019
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Os comentários levaram o nome de Malafaia à lista dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil. A maioria das menções é de apoio às declarações do pastor e crítica ao posicionamento de Eduardo. Esta é a segunda vez em pouco mais de duas semanas que o líder religioso repreende o filho do presidente. A primeira foi no início do mês, quando cobrou “compaixão” do parlamentar do PSL por causa da morte de um neto do ex-presidente Lula.
Recém-eleito presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara defendeu a revogação da exigência de visto para cidadãos norte-americanos entrarem no Brasil e a manutenção da obrigatoriedade para brasileiros entrarem nos Estados Unidos. Em outubro, ele saiu das urnas como o deputado federal mais votado da história do país, com 1,8 milhão de votos.
“Um brasileiro ilegalmente fora do país é um problema do Brasil, isso é vergonha nossa, para a gente. Um brasileiro que vai para o exterior e comete qualquer tipo de delito, eu me sinto envergonhado”, afirmou o deputado, em Washington, após participar de encontro promovido por Steve Bannon, ex-estrategista eleitoral do presidente Donald Trump, em evento prévio à visita oficial de Bolsonaro aos Estados Unidos.
Para ele, não faz sentido cobrar reciprocidade dos Estados Unidos em relação à exigência de visto. “A pergunta que eu faço é o seguinte: quantos americanos vão aproveitar essa brecha e vir morar ilegalmente no Brasil? Agora vamos fazer a pergunta contrária: se os EUA permitirem que brasileiros entrem lá sem visto, quantos brasileiros vão para os Estados Unidos, sem visto se passando por turista, e vão passar a viver ilegalmente aqui?”. “Será que estou falando algum absurdo em dizer que, sem a necessidade de um visto, várias pessoas entrariam nos EUA de maneira ilegal e ilegalmente permaneceriam lá? Eu acredito que não”, emendou o filho do presidente.
No último dia 2 Silas Malafaia já havia criticado Eduardo Bolsonaro por outro comentário polêmico no Twitter. Malafaia disse que Eduardo deveria ter ficado calado e demonstrado compaixão com a morte de um neto de sete anos do ex-presidente Lula. O pastor é considerado um ferrenho antipetista.
O filho do presidente Bolsonaro , Eduardo Bolsonaro , perdeu uma ótima oportunidade de ficar de boca fechada na questão que envolve o funeral do neto de Lula.O sábio Salomão já dizia q até o tolo quando se cala, se passa por sábio. A FALTA COMPAIXÃO !
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) 2 de março de 2019
Para o deputado, Lula não deveria ser liberado para ir ao velório do neto porque aproveitaria a oportunidade para posar de “coitado”. O Supremo Tribunal Federal autorizou o pedido da defesa e o ex-presidente pôde se despedir do garoto Arthur, vítima de meningite.
Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum.
Quando o parente de outro preso morrer ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado.— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) 1 de março de 2019